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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Life is a Cabaret... O “Cabaret” de Liza Minnelli e o de Cláudia Raia

Na semana passada, fui ver Claudia Raia incorporar Sally Bowles em “Cabaret”, produção cuja trilha sonora eu amo há tanto tempo – muito antes de ter visto pela primeira vez o filme protagonizado por uma extraordinária Liza Minnelli, merecidamente premiada com Oscar de Melhor Atriz em 1972. Saindo do espetáculo, decidi tirar do baú das memórias o post que há tanto planejava escrever sobre o filme, desta vez incluindo a peça no imbróglio: para convidar (fortemente) o leitor a assistir ao filme e à peça; nem que seja para vê-los por detrás de meus olhos...
“Cabaret” (Bob Fosse, 1972) é um dos grandes filmes de todos os tempos. Épico pelo modo como reconstrói a Alemanha pré-nazista, atolada em dívidas e em vias de uma conflagração social que acaba por se realizar no plano da política, com a subida de Hitler no poder. A história se passa em 1931, ano em que o partido nazista estava prestes a alcançar a maioria de assentos no parlamento alemão, acontecimento que garante a Hitler o posto de chanceler – primeiro passo do trajeto certo rumo à presidência do país. O momento histórico tomado por Joe Masteroff para a escrita do libreto de “Cabaret” (1966) é escolha certeira. A época era de incertezas para a Alemanha. Desde uma década antes, em “Mein Kampf”, Hitler já dera provas de suas tendências antissemitas. No poder, começaria a levá-las às vias de fato, guiando um atentado contra a comunidade judaica que deu a gente sabe onde. Por outro lado, a mão de ferro do líder nazista conduzia o país para fora da crise econômica, enquanto que seu carisma impelia-o cada vez mais para o centro da arena política: eventos como a convenção de Nuremberg de 1935, cinematografada no assustador “O Triunfo da Vontade” (1936), dão mostras de onde ele chegaria não muito tempo depois.
A atmosfera de 1931 prenunciava a catástrofe. Nada melhor que tomá-la como recorte temporal para uma obra cujo título remete ao gênero de entretenimento historicamente conhecido por sua intervenção política, o cabaré. Em Paris, onde nasceu, o gênero esteve sempre imbricado na política. Isabelle Marinone, no ótimo “Cinema e anarquia” – livro que o acaso acabou de fazer cair em minhas mãos – traça o percurso dos militantes do movimento anarquista por cabarés como o Cabaret du Chat Noir, espaços em que a crítica ao governo tinha como meio de expressão os teatros de sombras, ventríloquos e números musicais.
A ruptura com o status quo é característica que norteia a intervenção dessas casas: daí o humor ferino voltado aos governantes e aos símbolos de identidade social que eles impunham aos cidadãos, como o amor à Pátria e a terra; daí a negação da moral burguesa, efetivada na defesa dos foras-da-lei e reversão dos hábitos e dos símbolos impostos às pessoas. Migrando para a Alemanha no início do século XX, o gênero conservou a sátira política. Vestiu-a, no entanto, de humor negro. Essa ânsia de se fazer graça com as situações desesperadoras, comum ao humor negro, encontra lugar perfeito para sua realização naquele momento histórico escolhido por Masteroff.

Sally Bowles é o retrato perfeito da parcela da classe artística que encontra, no cabaré, solo fértil para plantar sua ojeriza pelos “bons-costumes”. É mulher liberta dos ditames da sociedade burguesa do início do século – sexualmente exacerbada e possuidora de uma incontrolável inclinação para a bebida. A Sally que brilhou por anos na produção da Broadway (foram 1165 apresentações entre 1966 e 1969, segundo o IBDB) eu não conheci. No entanto, conheço bem a de Liza Minnelli, que consegue ser irresistível em sua molequice, rebeldia, revolta e calor humano. Liza desincumbiu-se com perfeição da, já naquele tempo, célebre personagem. Tinha 26 anos na época e passara boa parte deles cantando, incentivada pela mãe Judy Garland, de quem herdou a voz poderosa e o talento como intérprete. No momento em que dá vida à Sally Bowles, já tinha total domínio de voz e de palco – fora treinada, em grande medida, na mesma Broadway onde nascera sua personagem. No entanto, a Sally de Liza nasceu para as telas. A naturalidade que ela imprime à protagonista – característica patente nas parcelas dramática e musical do filme – coaduna-se bem com o cinema, que clama por uma menor amplidão dos gestos. Seu desempenho cai como uma luva quando contraposto ao do caricato mestre de cerimônia (desempenho magnífico de Joel Grey, que deu vida à personagem do M.C. durante todo o percurso da peça na Broadway), embora o desenho dos caracteres de ambos – e de todos os artistas do cabaré – sejam tributários dos teatros de marionetes que nasceram junto com os cabarés parisienses. Igualmente acertada é a configuração de seu par romântico, estudante americano (um louro e angelical Michael York) que, de mudança para Berlim, encontra Sally e logo é atado pelo condão de prazer, liberdade e desvirtuamento que emana dela.
O mundo de Sally é o cabaré Kit Kat Club, espaço no qual ela se molda para agir nos palcos da arte e da vida – metáfora que encontrará sua final verbalização na canção-tema do filme, misto de declamação ácida e alegria de viver. Cadê adjetivos pra eu me referir a essa música, deus do céu... Ao cantá-la, Liza repete a sua performance que teria arrepiado os cabelos de Charles Aznavour – como ele faz questão de ressaltar em sua autobiografia – quando ele a ouviu numa casa de shows. Além disso, sua interpretação contém toda a irônica suavidade que ela faz sua personagem exalar durante todo o filme.
No que toca à cinematografia, Bob Fosse arrasa ao trazer para a forma do filme toda a revolta política historicamente atrelada ao gênero de espetáculos que ele tematiza. A câmera começa por mostrar, numa montagem intercalada, a chegada de Brian Roberts à Alemanha e o mundo que ele encontrará, mundo metaforizado pelo efervescente Kit Kat Club, com suas mulheres pintadas e seminuas, suas libações, sua sexualidade dúbia e seu humor negro que a todo o tempo bota em cena, parodisticamente, os desmandos do partido nazista. Do encontro entre Sally e Brian nasce o atípico (anti-burguês) romance, que depois se torna um triângulo amoroso tendo como o terceiro vértice um patriótico ariano, membro orgulhoso do status quo. Através das andanças dos três por uma Alemanha em vias de aderir maciçamente ao nazismo, vemos metaforizada com agudeza a imagem do homem nazista - indivíduo num só tempo charmoso, sedutor e perigoso: imagem igualmente impressa pelos soldadinhos louros e rosados que entoam um sugestivo “Tomorrow belongs to me”, seguido da saudação nazista (e me emocionam a cada vez que os vejo, o que patenteia a ambiguidade que o diretor propõe criar para o grupo).
Imagens fragmentárias de dentro e fora do cabaré são costuradas de modo a dialogarem ou se chocarem umas com as outras, reforçando o explicitado na letra da canção-título, de Fred Ebb: “Life is a Cabaret, old chum. So come to the Cabaret.”. Letra cantada por uma Liza Minnelli já a essa altura sublime, coroando cabalmente um desempenho que foi brilhante durante todo o espaço do filme. Rosada, altiva e grandiosa, Sally provará ao mundo a máxima defendida na canção: ao invés de um marido aburguesado, de um filho enfadonho, e de uma vida de lavar fraldas, escolhe os palcos, onde poderá realizar aquela existência artística explicitada pela música que canta.

Ao tomar nos ombros a personagem imortalizada por Liza Minnelli, Cláudia Raia assume uma empreitada de risco. Ela se sai muito bem. Sua Sally tem pouco da de Liza – o que está longe de ser uma crítica. Sendo menos jovem, é igualmente menos cheia de vida, mais sombria e perturbadora. Não conheço a peça da Broadway, não sei se isso foi algo pensado ou casual, mas penso que caiu bem o viés decadentista que uma Cláudia Raia sobejamente maquiada e assustadoramente magra dá à sua criação.
No palco, ela parece uma gigante quebradiça; ébria todo o tempo e de uma intensidade um tanto quanto assustadora. Provocadora. Assim como seu M.C., um sensacional Jarbas Homem de Mello, que transforma o assexuado M.C. de Joel Grey num homem que exala sexo por todos os poros – e exala uma sexualidade ambígua, bem pouco burguesa, tão bem cabível num show de cabaré. O traçado da personagem de Sally pontua sua decadência no seu mais alto grau. Ela não é a moça esvoaçante de Liza, é claramente uma prostituta, moradora de um quartinho apertado do Kit Kat Club. É lá que começa a se envolver com um Brian Roberts que desde logo já deixa claro seu homo(bi)ssexualismo. Na peça não há tempo para o trabalho cuidadoso com a sexualidade do personagem de Brian, como acontece no filme. O personagem do ariano sai igualmente esvaziado de sua ambiguidade. Mas o soldadinho mirim é muito bem composto, numa das melhores cenas da peça e, na, creio eu, melhor versão musical dela. A paulatina interferência do nazismo na vida dos alemães é construída com eficácia e beleza na cena do noivado da dona da pensão com o judeu; a crítica social demolidora fomentada pelo cabaré é patenteada na (ótima) cena em que M.C. simbolicamente interfere na paz do novo casal – sem contar a cena do M.C. com a macaca, pra mim uma das mais venenosas críticas de todos os tempos, que conserva na peça toda a força que tem no filme.

A peça é de alta qualidade e vale a visita no teatro. Porém, penso que uma Sally menos submetida ao vício e à prostituição – ou seja, menos vítima do status quo, aumentaria seu poder de crítica social. A Sally de Liza era agente de seu destino; a de Cláudia parece ser sua vítima. Gostaria igualmente de ver a banda aparecendo mais – a iluminação resolveria nos momentos em que ela precisasse ser ocultada, se bem que eu a quereria todo o tempo em primeiro plano, pra fazer essa costura entre palco e vida proposta no filme. E adoraria ver Cláudia Raia entoando, de lambuja, a versão original de Cabaret (isso não faz parte do escopo do espetáculo, eu sei...). As versões brasileiras das canções, criadas por Miguel Falabella, são surpreendentemente boas. Mas a trilha sonora de "Cabaret" é a trilha sonora de "Cabaret"... Incomparável.
E agora sim, fechando, meu bolso de estudante não consegue assimilar um ingresso tão absurdamente caro (vá o leitor ao site do Ingresso Rápido e confira por si só). Além de ser proibitivo para a maciça maioria da população, é um contra-senso que uma peça com esse tom crítico – tematizando um gênero de espetáculos nascido historicamente entre a empobrecida classe artística dos Novecentos -, seja feita hoje só para os endinheirados. Meia dúzia de ingressos populares por sessão não bastam num teatro tão grande quanto o paulistano Procópio Ferreira.

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A primeira imagem é do pôster que anuncia as primeiras encenações de Cabaret. Depois do Broadhurst Theatre o musical ainda iria para o Imperial Theatre e o Broadway Theatre.

sábado, 6 de março de 2010

Oscars e Razzies 2010: entre congratulações e gracinhas são distribuídos prêmios e "prêmios" cinematográficos



Por um bom tempo fui fanática pelo Oscar. Minhas idas ao cinema neste ano fizeram-me pensar diferente. Porém, não tão diferente que eu não gastasse um tempo no site da Globo vestindo a Sandra Bullock para a festa da qual ela, segundo dizem, tem boas chances de sair premiada. Mesmo descrendo da sanidade dos membros do comitê de seleção - não creio que uma porção dos indicados do ano deram a outstanding performance historicamente necessária para o merecimento da estatueta - decidi atribuir o prêmio à Sandra logo de início. Não vi a performance da atriz em "O lado cego" ("The blind side", que, como vários outros indicados, não chegaram ao Brasil em tempo de serem conferidos antes da entrega do Oscar). Porém, os prêmios para os quais Sandra foi indicada, sua reação aos mesmos e o joguinho do site da Globo já dão elementos para o que pretendo dizer.

A lista de indicados ao considerado "maior prêmio do cinema mundial" deixou-me incrédula. Minha reação talvez fosse diferente se eu não tivesse acabado de ver o medíocre "Up in the air" (batizado por aqui "Amor sem escalas"), uma coisinha irritantemente óbvia que concorre a 6 prêmios (melhor filme, diretor, ator, 2 vezes por atriz coadjuvante e roteiro) e já ganhou outros surpreendentes 44 de acordo com o IMDB. Se ele ganhar o prêmio de melhor filme, aí vou ter certeza de que os membros da academia viajaram tanto quanto George e o diretor.


É certo que há alguns grandes trabalhos entre o punhado de indicados. Não direi nada sobre "Bastardos inglórios" e "Up!", que me ofereceram dois dos mais instigantes momentos que tive no cinema no ano passado - já falei deles no primeiro post do ano.
"Avatar" é outro filme interessante - se não como roteiro (embora eu tenha gostado do tributo que James Cameron paga à tecnologia, contando através dela a história de uma civilização ligada em rede), como criação visual. Não acho que a película mereça pauladas por optar pela tecnologia em detrimento do roteiro. Pelo menos ela optou por algo - ao contrário de "Up in the air". Cameron construiu uma "quarta dimensão" (como Cendrars se refere ao falar do mundo à parte criado pelo cinema) de modo incrivelmente verossímil. Sou grata a ele por isso, pois meus 6 olhos (sim, usei 2 pares de óculos no cinema...) me permitiram experimentar uma das coisas mais espetaculares a que tive acesso nos últimos tempos. Outro digno de nota é "Preciosa", especialmente pela performance sensacional da novata Gabourney Sidibe e de Mo'nique. Este, como "Bastardos" e "Up!", merece uma menção um pouco mais cuidada que esta que faço agora. Aliás, a resenha feita por meu amigo blogueiro Danilo merece ser lida, pois faz jus à qualidade do material.
Agora, não entendi o que Penélope Cruz faz entre as indicadas ao prêmio de melhor atriz coadjuvante. É certo que tampouco concordo que a irritante Anna Kendrick tenha tido uma performance excepcional em "Up in the air". Porém, ao meu ver, o filme que a fez "merecer" a indicação - "Nine" - só é digno de nota porque faz Sophia Loren dançar e cantar (ainda que cante canções inanes, ela canta!). Aliás, "Nine" ainda concorre, surpreendentemente, na categoria "canção original". Infelizmente, a performance de Penélope em "Abrazos Rotos" - essa sim tinha um sopro de novidade - não foi lembrada. Embora Almodóvar seja um dos estrangeiros queridinhos de Hollywood, os membros da banca preferem, mesmo, ver filmes nacionais...

Meu desânimo em relação ao Oscar deste ano levou-me ao "Razzie", entre nós conhecido como o "Troféu Framboesa", entregue aos "Melhores piores" do ano. E então, deliciei-me.
Na apresentação do prêmio, os idealizadores explicam seu surgimento: Hollywood já se auto-incensava demais. Precisava de alguém que lhe apontasse as falhas. É o que eles tentam fazer. Encontrei ali algumas coisas que me deram um desgosto enorme no ano passado. Robert Pattinson, o vampiro vegetariano da saga Crepúsculo, arrebenta a boca do balão com duas indicações "principais", "pior ator" e "pior par romântico". O rapaz, namorado de sua "estrela" na vida real, merece ambos os prêmios: só um verdadeiro ator conseguiria fazer cenas de amor tão insossas com sua namorada de verdade... "Lua Nova" ainda concorre como "Pior remake" (talvez devêssemos indicá-lo a remake desnecessário, uma vez que ele não consegue ser pior que o original) e pior roteiro. Assim, a equipe do Razzie demonstra que "New Moon" é um filme para, realmente, "não deixarmos de perder" - como diz meu pai. Esta edição do Razzie é ainda mais especial porque escolherá os piores da década. Concorrem nomes como o desagradável Rob Schneider, o simpático porém canastrão John Travolta e a falsificada Mariah Carey (que, talvez, mereça ser dispensada do fardo por seu desempenho competente em "Preciosa"). Falo apenas dos que mais me saltam às vistas - a lista completa está no site).
A ironia na indicação do Razzie é o fato de Sandra Bullock concorrer ao troféu (por "All about Steve" - aliás, o trocadilho com o Oscar winner de 1950 "All about Eve" parece não ter dado sorte...) no mesmo ano em que concorre ao Oscar. Os organizadores do "Razzie 2010" ressaltam que, se ganhar ambos, a atriz atingirá o feito inédito de receber o mais temido "prêmio" de pior um dia antes de receber o mais esperado prêmio de melhor. A surpresa risonha de Sandra com a indicação fecha a ironia da questão: "Uau, estou concorrendo, que fantástico! Com certeza estarei lá pessoalmente para receber o prêmio, se ganhar".

Ano que vem, a indústria da propaganda do cinema norte-americano fará 100 anos. O gesto de Sandra e a bonequinha dela que o site da Globo nos convida a vestir são provas de que essa indústria está longe de se aposentar. Por mais talentosas que as celebridades do mundo cinematográfico sejam - e Sandra é uma ótima atriz em vários momentos - , elas ainda precisam aparecer para que o público deseje vê-las nas telas. Falem mal, mas falem de mim...
O Razzie pode até nos proporcionar alguns momentos de diversão, mas ele próprio, com sua missão pseudo-moralista, só faz aumentar a luz dos holofotes que iluminam as stars de ambos os sexos que iluminam o céu hollywoodiano. Ao gravitar invariavelmente em torno de personalidades conhecidas, o Razzie acaba por se assemelhar mais ao Oscar do que ele desejaria (ou, será que ele não deseja exatamente isso?). Razzie só faz aumentar a publicidade em torno dos artistas celebrados por público e/ou crítica. Seu papel normativo é nulo - Sandra Bullock que o diga.
Voltemos à lista dos indicados ao Oscar. Quantos não são os nomes que sempre vemos por lá? Quase sempre há um ou outro artista novo, porém, eles não passam de estranhos no ninho. O lugar físico que Fernanda Montenegro ocupou na cerimônia do ano de 1999, quando concorreu ao prêmio de melhor atriz por "Central do Brasil" ( na gaiola do teatro, lembram-se?), é simbólico disso.
Chateio-me ao ver um filme supervalorizado só porque ele está recheado de celebridades. Chateei-me ao ver uma Sophia Loren canastrona em várias de suas cenas de "Nine". Quem a viu em maravilhas como "Um dia especial" ("Una giornata particolare", 1977) sabe que um desempenho tão aquém de seu talento só pode se dever ao trabalho frouxo do diretor. Também, num filme que tem canções tão pouco inspiradas como "My husband makes movies" (cantada por outra oscarizada, Marion Cotillard), o diretor pouco pode ajudar. Inacreditável que uma obra baseada no memorável "8 1/2" (1963) fosse vir a ser tão capenga.
Então, para não trombar nos bonitinhos, mas ordinários Robert Pattinson e Kirsten Stewart - ambos confirmados na festa do Oscar; para não ouvir o desempenho banal de George Clooney ser elogiado; para não correr o risco de ver novamente trechos de "Up in the air" e nem ouvir mais uma vez a trilha sonora sem graça de "Nine", amanhã seguirei o conselho do meu pai e não deixarei de perder o Oscar. Já convidei Liza Minelli para me fazer companhia. Ela chegou há poucos dias aqui em casa trazendo consigo uma das coisas mais fascinantes que já vi, "Cabaret" (1972). Certamente, amanhã passarei uma noite bem mais emocionante.