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segunda-feira, 19 de março de 2018

Notas sobre o Oscar 2018

Chegam com um bocado de atraso essas que não se querem mais que notas soltas sobre o tema em questão – em especial sobre os indicados aos prêmios de Melhor filme/filme estrangeiro – por parte desta analista que assume de saída não ter conseguido dar conta de toda a produção em questão. 
A relação dos indicados a melhor filme mostra que prevaleceu o mainstream e a heterogeneidade. Por um lado, Hollywood destacou uma série de filmes amoldados segundo gêneros definidos, ressaltando a relevância dada historicamente aos gêneros cinematográficos, para a conquista de parcelas específicas do público e a manutenção da saúde financeira da indústria: 
Daí os filmes de guerra Dunkirk (Christopher Nolan, co-produção de Holanda, Reino Unido, França, Estados Unidos) e O destino de uma nação (Darkest Hour, Joe Wright, EUA/UK), que têm coincidentemente como cerne o resgate dos soldados ingleses presos na cidade costeira francesa de Dunquerque, sitiada pelas tropas de Hitler em meados de 1940; o drama igualmente de laivos históricos The Post – A Guerra Secreta (The Post, Steven Spielberg, UK/EUA), afinado à estética dos filmes de bastidores jornalísticos ao ponto de fechar com uma referência a Watergate, preludiando o clássico Todos os homens do presidente (All the President's Men, de Alan J. Pakula, 1976) - no qual o cerne é, por sua vez, a investigação do tal caso por parte dos jornalistas do mesmo Washington Post, agora competitivo e combativo. 
Daí o terror/thriller Corra! (Get Out, Jordan Peele, Japão/EUA); o romance/drama Trama Fantasma (Phantom Thread, Paul Thomas Anderson, UK/USA); a comédia dramática adolescente Lady Bird – É hora de voar (Lady Bird, Greta Gerwig, EUA); o western Três anúncios para um crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, Martin McDonagh, UK/USA). Minoram-se os riscos convidando-se o público a assistir a filmes amoldados a gêneros que ele domina já há décadas. Mas não esperemos grandes saltos inventivos de Hollywood, cuja preocupação com o mercado historicamente supera a preocupação com a arte. 
Por isso, espanta que indústria tenha selecionado algumas obras distanciadas da heterossexualidade normativa, e o fato só não choca porque as tais obras em questão são esteticamente controladas – ao menos o italiano-franco-brasileiro-americano Me chame pelo seu nome (Call Me by Your Name, Luca Guadagnino), mergulho na descoberta da sexualidade por um adolescente bobo (a.k.a. bourgeois bohemian), na Itália de princípios dos anos 80, e o norte-americano A forma da água (The Shape of Water, Guillermo del Toro), fábula protagonizada por uma jovem muda e uma criatura aquática. 
O fabuloso Uma mulher Fantástica (Una Mujer Fantástica), co-produção de Chile, Alemanha, Espanha e Estados Unidos sob a batuta de Sebastián Lelio, é um sopro de vida ao prêmio que, quase centenário, mostra-se tão velho de espírito como que de corpo. Chega a ser surpreendente o fato de ter sido premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro. Obra de exceção, merece um post à parte. Vamos, portanto, às tais notas sobre as demais. 
Dunkirk e O destino de uma nação tematizam ambos um acontecimento que foi ponto de virada na 2ª Guerra Mundial, salvo engano ainda não historicizado pelo cinema. A coincidência temática – especialmente no que toca à forma como a guerra afeta a população civil – estabelece relação estreita com esse nosso momento histórico de ascensão da mais retrógrada direita pelo mundo, com todas as perdas humanas que ela acarreta. Churchil vendo, do alto do avião militar que o leva ao front, a diáspora do povo francês devido à invasão alemã, remete-nos à fuga em massa de contingentes afetados pelos conflitos no Oriente Médio, que é nossa contemporânea. 
Essa remissão à 2ª Guerra fala muito sobre nós. Assim, o desfecho eminentemente pessimista de Dunkirk – em contraposição a obras como A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993) e O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, 1998), ambas de Steven Spilberg, nas quais o indivíduo heroicizado torna-se símbolo de nação heroica – reflete muito menos o passado que esses nossos tempos lúgubres. 
Dunkirk – que, aliás, em minha opinião é um filme muito melhor (/mais adulto) que o premiado A Forma da Água – é um belo contraponto a essas obras de Spilberg rodadas nos noventa, já que opta pela fragmentação: não há mais um indivíduo que, como Cristo, carregue nos ombros o destino de uma nação. Embora se concentre em algumas histórias/personagens, a obra toma atores especialmente desconhecidos, apontando para a coletividade que luta e sofre os efeitos da guerra. 
Num respiro com relação a esse cinema adolescente feito para e por marmanjos, a vitória final é, em Dunkirk, paradoxalmente uma derrota. Embora o resgate da tropa inglesa torne possível, anos depois, a vitória sobre a Alemanha, embora a população receba eufórica esses homens, o que subsiste é o torpor da derrota, o grande heroísmo individual desembocando-se no pequeno heroísmo do menino civil que, depois de morto, realiza seu sonho, tendo seu retrato estampado num jornal da província. Mesmo o (aborrecido) O Destino de uma Nação, que segue a cartilha do war picture clássico da indústria, de cunho altissonante, não se furta a construir um Churchill beberrão e decrépito: um bully que, embora eficiente, não consegue emplacar um segundo mandato mesmo ganhando a guerra. 
The Post é a volta do bom e velho Spielberg. Vendo-o, e vendo Tom Hanks e Meryl Streep juntos em tão boa fora, eu tive – confesso – a nostalgia da adolescência. Ainda que isso seja mais motivo de vergonha do que de orgulho... O filme conta de modo bastante verossímil a história do grande jornal que, nos anos de 1970, decide transcender aos conchavos políticos e às amizades pessoais para fazer jornalismo tout court. Meryl Streep é a socialite que recebe o periódico como herança a princípio amarga, depois que o marido se suicida. Pensemos numa mulher dos anos 70, que ajuda a trocar as fraldas dos filhos do presidente e ouve as confissões da primeira dama e precisa do dia para a noite ingressar num ambiente corporativo masculino e machista, descobrindo - e se vendo obrigada a denunciar - os podres políticos que subjazem ao exterior galante de seus amigos. 
Streep é a Fernanda Montenegro norte-americana, a pessoa certa portanto, para convencer o espectador dos percalços dessa virada de matrona a manda-chuva. O discurso do filme em defesa de um jornalismo que não tem outro compromisso senão com a verdade soa ultrapassado, em especial para nós brasileiros, ultra manipulados pela grande imprensa. Porém, Meryl Streep é experimentada o suficiente para, na falta de nuançamento do filme, nuançar a sua personagem. A assertividade regada de fragilidade com que ela discursa sobre o seu papel subalterno na sociedade, enquanto mulher e bibelô de família rica, por si só vale o filme. 
De Corra! me absterei de falar, já que não o vi. Trama Fantasma, como diz o ditado, eu vi mas não compreendi. Ou, o que compreendi, não gostei. Temos ali um Daniel Day-Lewis cuja personagem parece um símile perfeito do éthos de si próprio: um estilista que se dá a importância, na Londres dos anos 50. Rodando amantes como malabares, o homem acaba tomando nas mãos uma moçoila sensaborona que ele, à maneira de Pigmalião (ou do nosso mais conhecido Professor Higgings, do qual ele não tem um décimo do carisma, aliás) deseja transformar na modelo perfeita aos seus trajes haute-couture, que ele trata como obras de arte. O filme opera na paleta saturada de um Douglas Sirk, estando, no entanto, a léguas de sua profundidade. Tudo ali me pareceu anacrônico, e o drama de amor narrado não convence porque não passa de casca sem substância. Há filmes que são como cup-cakes, lindos por fora, vazios por dentro. O vomitório que a mocinha dá no amado, fazendo-o cair aos seus pés, embora não se sustente no roteiro, serve à catarse do público. O tipo merecia pior... 
Lady Bird é gracioso, mas demasiadamente hipster para empolgar um público com idade física ou mental acima de vinte e poucos anos. A diretora Greta Gerwig, mulher feita, embora passe o bastão à adolescente Saoirse Ronan (brilhante), fala ali sobre si: daí a certos discursos da protagonista soarem empolados demais para essa menina de classe média baixa e pouco brilhantismo intelectual, que ela deseja retratar. Na forma, o filme adere à estética da clipagem comum aos vloggers contemporâneos, ágil ao ponto de impedir o público de formular qualquer pensamento crítico, daí o seu sucesso. 
Me chame pelo seu nome é relevante como contraponto temático considerando os indicados, mas não me convenceu. É, como diríamos entre nós valinhenses, um filme ladino: que promete uma imersão sexual que não cumpre, já que visa o grande público (daí a ter recebido indicação etária branda, 14 anos); que, embora seja rodado na Itália e tematize uma família francesa, circula entre variadas línguas no intuito de arregimentar públicos e prêmios estrangeiros, chegando a pespegar no público, quase ao desfecho, um rebarbativo discurso em inglês de pai para filho, inverossímil, dado que nos arroubos emocionais é ponto assente que voltemos à nossa língua materna. Longo e pretensioso, o filme, embora procure a sofisticação, acena à seara hipster tanto quanto Lady Bird. O passarinho cosmopolita retratado aqui consegue, todavia, aliar a erudição ao pedantismo. Em minha opinião, a sofisticação intelectual caminha a contrapelo disso. 
A forma da água é belissimamente bem filmado – na contracorrente do cinema B americano, com o qual o filme dialoga de forma graciosa –, tem uma protagonista ótima (Sally Hawkins), mas é ultra-previsível: na escalação das minorias vilipendiadas, todas (com exceção da protagonista e da “forma”) tipificadas; no desenrolar do enredo água-com-açúcar. O La La Land de 2018. 
Fecho essas notas com um dos meus preferidos: Três anúncios para um crime, que flerta de modo interessante com o western. Aqui o papel do justiceiro típico ao gênero cabe a uma mulher (excelente Frances McNormand, a vitoriosa da noite), que deseja punição ao estuprador e assassino da filha adolescente. 
Flashbacks constroem o cotidiano da família muito pouco idealizada, a garota-problema, o pai violento e a mãe a quem o desejo de vingança se soma a uma ponta de culpa. Embora tipifique, o filme volta a suas personagens olhos críticos, desconstruindo preconceitos que são preponderantes nesses Estados sulistas até hoje. 
Embora o filme tripudie do espectador – quem o viu lembrará a cena do suposto estuprador, presente na loja da mulher e no bar, que denuncia um crime que não cometeu –, tem um desfecho de profunda humanidade, que abdica do happy ending (impossível, já que a menina não mais voltará) e matiza a catarse. 
Para além da grossura dos personagens que coloca em cena, há em Três anúncios para um crime uma poesia que a voz de Renée Fleming à canção folclórica irlandesa Last Rose of Summer ajuda a sublinhar: o descampado onde estão os cartazes e onde a jovem foi morta torna-se pouco a pouco o campo florido onde a mãe vela o espírito da filha. 
De poesia está repleto Visages Villages – de uma poesia do cotidiano, amplificada pela palheta mágica da grande Agnès Varda e do muralista JR, a transformarem rostos anônimos de vilas anônimas em obras de arte. Ou o encantador e dilacerante Projeto Flórida, de Sean Baker, que teve apenas o coadjuvante William Dafoe indicado. Porém a Academia de Artes Cinematográficas é demasiado empedernida para se voltar ao que foge ao status quo. E eu sou demasiado utópica para ainda esperar isso dela.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Balanço do Oscar 2017


Este balanço do Oscar 2017 será, ainda uma vez, elíptico – como sempre, não consegui ver todos os indicados. Quem acompanha aqui os posts anuais sobre o assunto sabe que eles são invariavelmente antecedidos por preâmbulos explicativos sobre a não objetividade da premiação, ou o caráter endógeno de Hollywood – que inventou uma categoria para premiar os filmes estrangeiros justamente para separá-los da produção norte-americana. Raros, raríssimos artistas estrangeiros, falando suas línguas maternas, conseguiram arrebatar os cobiçados prêmios de Melhor Ator e Atriz, por exemplo – Roberto Benini ao que eu me lembre é a exceção, mas a xaropada dos campos de concentração que é A Vida é Bela (1998) só tem de exógena a língua, empregando até a medula a estética mainstream americana. 

Daí ao prêmio de melhor atriz ir às mãos de Emma Stone – que, sendo uma ótima jovem atriz, está a anos luz da esplendorosa Isabelle Huppert. Ridículo é compará-las, absurdo é colocá-las em pário de igualdade na disputa por um prêmio (como fora anos atrás a disputa entre Enmanuelle Riva e Jennifer Lawrence). A derrota da madura atriz francesa sobre a moçoila estadunidense – num caso como no outro – simboliza, de modo mais geral, a infantilização da sociedade norte-americana (e, por extensão, da nossa, nós que a consumimos tão entusiasticamente), e, num contexto cinematográfico, a morte da cinefilia. A vitória altissonante de La La Land – apesar do rolo insólito atinente ao prêmio de Melhor Filme – deixa isso claro: em terra que dá as costas à história, repudiando o passado por velho, a novidade banal ganha foros de conquista extraordinária. 
Considerando as diretrizes do Oscar, extraordinário é quando acontecem no evento coisas disruptivas, a exemplo do equívoco de se entregar o prêmio principal da noite ao filme errado. Em tempo real, milhões de espectadores ao redor do mundo viram a vida imitar a arte. Spoiler: ao final de La La Land, o bem-sucedido jazzista vê seu grande amor d’outrora, agora uma atriz renomada, sair de seu “clube” hipster nos braços de outro. Dado o lamentoso presente consumado, ele prefere refugiar-se na fantasia, refazendo mentalmente o percurso de ambos, do primeiro encontro à reviravolta do destino, de modo a perpetuar a união do par romântico, nem que seja apenas no plano imaginativo. A imposição stricto sensu da clássica “magia” de Hollywood fecha a película. O sonho dourado cala a realidade. 
Quando foi anunciado o recorde de indicações a La La Land, perguntei-me se, num tempo de alçamento ao poder do ultraconservador Trump, valia a pena perpetuar-se esta versão algodão-doce da vida. Eu não sou seu negro, ótimo documentário indicado à premiação da categoria, lança luzes sobre o histórico apagamento dos afro-americanos da cinematografia pátria – espelhamento da segregação racial em voga até os anos 70. O filme trabalha com os diários de James Baldwin, escritor negro amigo de Martin Luther King, Medgar Evers e Malcom X – três mártires da causa da igualdade. A violência do preconceito é materializada, no filme, por dois heróis tipicamente americanos, a girl next door Doris Day e o machão John Wayne. 
A destruição do índio pelo branco ganha, pelo cinema clássico, foros de saga de construção da nação. A “pureza branca” simbolizada por Doris Day anula outros matizes – a voz poderosa de Lena Horne soa na banda sonora do documentário, lembrando dos muitos papéis que o preconceito racial vetou a atriz de ter (o mais notório é o da comediante negra de Show Boat, filme que questionava justamente a lei que proibia o casamento inter-racial). 
É tempo de se questionarem as mitologias inventadas por Hollywood, e de se inventarem novas mitologias, que lancem luzes sobre esses tempos lúgubres que vivemos. O quiproquó referente à premiação final do Oscar serviu para ilustrar – à la La La Land – qual o resultado de se premiar a frivolidade saltitante. Tivemos chances de escutar a uma carrada de discursos do mais motivacional e nefasto teor do keep dreaming: sonhe, os sonhos se transformam em realidade se você lutar com força suficiente, etc. etc. A alva meritocracia neoliberal foi colhida em pleno voo, e ao seu discurso sucedeu-se um bem-vindo libelo em favor da igualdade. 
No âmbito artístico, sem ser uma obra-prima, Moonlight conta com sensibilidade a história de um menino negro nascido em meio ao tráfico em Atlanta – capital da Georgia, destruída durante a Guerra Civil: a mãe viciada, o bullying e o homossexualismo são a base de uma história que não trata em primeiro plano do preconceito racial, talvez porque ele seja a pedra angular daquela sociedade: a comunidade pobre/ negra habita os arredores da boca comandada por um chefe a quem Chiron toma como sucedâneo de pai. Sua aderência à vida do crime parece um caminho óbvio depois do reformatório, não tivesse o seu melhor amigo de colégio seguido o caminho contrário, encarando uma vida de legalidade – e o labor que ela significa, especialmente para alguém recém-saído da prisão. Quase todo subjetivo e elíptico, o filme evita a dicotomia e a moralização. Fá-lo com bastante precisão e raras vezes resvala à estetização. Seu mérito principal está em dar voz e subjetividade a uma personagem historicamente apagada da cinematografia do Norte – ou retratada, como o escravo “Pai Thomás” vituperado por James Baldwin, como mártir dócil. Baldwin gostaria um bocado deste filme. Se o Oscar raras vezes tange a esfera artística, este ano ele merece loas por ter decidido ser político. 
Com relação aos demais indicados, o mais bem-resolvido esteticamente é A Chegada. Lion seria uma obra-prima de melodrama não se arrastasse tanto na primeira parte (nem mesmo o pequeno e carismático Sunny Pawar impede, ali, a sua lassidão). A surpresa, para mim, foi Manchester à beira-mar, cuja montagem em síncopes sublinha a inabilidade da personagem principal com o seu entorno. E que personagem principal! Onde estava eu este tempo todo que nunca vira Casey Affleck? (O talento é de família). 
No mais, as injustiças costumeiras: Viola Davis, protagonista feminina de Um limite entre nós, foi mal colocada no rol das coadjuvantes. O prêmio era, aqui, de Nicole Kidman. O (ótimo) Dev Patel idem por Lion – neste sentido, Mahershala Ali, também de Moonlight, foi muito bem escolhido como vencedor. A estratégia de se reduzir a categoria do sujeito para viabilizar-se a sua premiação repete-se todo ano, e vez por outra dá resultado. No que toca aos filmes estrangeiros, nada vi dos indicados além do iraniano O Apartamento, o vencedor. Resta a ser revisto. A opção por Asghar Farhadi – diretor da, esta sim obra-prima, Separação – me pareceu preguiçosa. Na primeira visita, achei um bom filme, um pouco perdido, no entanto, em meio ao rol de temáticas que arrola: a metalinguagem, o machismo e conservadorismo daquela sociedade, o trauma. Não tem o pulso do Filho de Saul, Separação ou Ida, os premiados dos anos anteriores. 
Levando-se em conta as diretrizes do Oscar, este ano o resultado foi acima do esperado. Pelo tapete vermelho passaram as mais variadas nacionalidades e etnias. Entre indicados e vencedores, consagraram-se temáticas variadas: o lugar da mulher no interior de uma cultura machista, a inserção do negro na sociedade norte-americana, o homossexualismo... Abriram espaços para novos sonhos, multicolores. Dado o papel imperativo do Oscar, prêmio da mais influente cinematografia mundial, isto não é pouca coisa.