Continuo aqui o trabalho que iniciei no primeiro post do ano. Porém, esta lista vai na ordem inversa da anterior. Se, na última postagem, apontei os meus "5 mais" de 2009, nesta apresentarei os meus "5 menos", ou, nas palavras de meu pai, os 5 filmes que "não se deve deixar de perder". Antes de começar a descascar o abacaxi, preciso dizer que essa não foi uma tarefa fácil para mim, pois tenho o grave problema de achar que tudo tem algum grau de interesse - mesmo que seja um grau bem pequeno...
Preparem-se, então, para a bomba - que nem será tão mortal assim, considerando que não tive coragem de gastar o dinheiro do cinema com filmes do nível de "Se beber, não case" ("The Hangover").
Preparem-se, então, para a bomba - que nem será tão mortal assim, considerando que não tive coragem de gastar o dinheiro do cinema com filmes do nível de "Se beber, não case" ("The Hangover").
Vou começar logo com um filme de fim do mundo que achei o fim da picada... É óbvio que não dá pra passar por um crivo muito afiado os filmes-catástrofe hollywoodianos, já que eles objetivam promover uma diversão eletrizante em detrimento da fruição artística. 2012 é exemplo típico desse gênero que é cada vez mais o preferido das plateias, porém, que oferece poucos exemplares de qualidade. Esse é um daqueles filmes que só servem se forem vistos no cinema, já que têm somente qualidades técnicas. E neste, nem a técnica é muito digna de nota. A destruição do planeta é criada de modo tremendamente artificial: as rachaduras do chão que surgem exatamente depois de os protagonistas passarem, algumas escapadas inverossíveis deles (aviões que entram pelo meio de prédios aos pedaços e surgem intactos ao final, etc) - inverossímeis até para o tipo de filme em questão. E o enredo, então, é de meter medo. O herói basicamente foge, foge e foge para salvar a si e à família, reconciliando-se milagrosamente com ela depois do novo marido de sua ex-esposa perecer. A conclusão é risível: um debate pseudo-moralista entre o mocinho e os líderes mundiais para que eles permitam que subam na arca da salvação aqueles que haviam pago 1 bilhão de dólares a cabeça para entrarem nela (kkkk). Um toque tipicamente estadunidense é o fato de a África ser o único continente que permanece em pé (ele até se "eleva") depois da catástrofe. Em "O dia depois de amanhã" ("The day after tomorrow", 2004), foi a América Latina que mereceu a honra de receber os norte-americanos desterrados. Outra característica comum desses filmes: o terceiro mundo sempre termina ganhando um prêmio de consolação...
Outro filme-catástrofe cuja execução é tão catastrófica quando o gênero é o "Exterminador do Futuro 4 - A Salvação" ("Terminator - Salvation"). Os dois primeiros são fascinantes até vistos numa TV 14 polegadas. O terceiro só vale a pena porque tem no elenco Arnold Schwarzenegger, o queridíssimo exterminador Hasta la vista, baby (!...). O quarto nem isso tem. A história finalmente viaja ao ponto retratado nos dois primeiros filmes: a organização da resistência para vencer as máquinas que dominaram o mundo. Porém, a boa ideia se perde em meio ao enredo mal das pernas, que desenvolve pouco os elementos que apresenta. Vi o filme no meio do ano e já esqueci boa parte dele. Se o filme é tão facilmente esquecível, é porque ele é descartável, mesmo. Portanto, sigam minha sugestão e deixem-no trilhar sossegado o caminho rumo ao esquecimento.
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Quando fui ver no cinema"O sequestro no metrô, 1, 2, 3" ("The taking of Pelham, 1, 2, 3"), passei 2 horas engolindo uma das maiores coleções de clichês que já vi. O vilão melodramático (com direito até ao típico bigode de bandido e à - novidade contemporânea - tatuagem assustadora no braço); o herói abnegado, bom marido e bom pai, que não faz questão de destruir a própria honra para salvar um bando de vítimas inocentes; o chefe malvado, desejoso de destruir o herói; o prefeito honestíssimo; o carinha que só diz "Eu te amo" para a namorada quando pensa que vai morrer. Imaginem a xaropada que isso tudo junto dá. O filme não é péssimo, é mediano, cumpre o necessário ao seu gênero. Porém, não faz nada além do estritamente necessário. É um filme de ação igual a tantos outros que a gente vê e rapidamente esquece, então, por que perder tempo vendo mais um? Vale mais a pena alugar bons filmes do gênero, como "Duro de Matar" ("Die hard", 1988) ou "True Lies". O retorno certamente será maior.
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Vou falar desses 2 em conjunto para não me repetir nas críticas. O cinema nacional mostra que, para o bem ou para o mal, consegue sem problemas se equiparar ao estrangeiro. "Se eu fosse você 2" faz o mesmo que tantos filmes do cinemão norte-americano: procura, na sequência, atingir a qualidade ou, pelo menos, o sucesso do original. E, como grande parte dos filmes norte-americanos, fracassa. "Se eu fosse você" (2006) é um filme divertido. Claro que a premissa é nossa velha conhecida: a troca de identidades já foi explorada em outro filme do gênero, "Sexta-feira muito louca" ("Freaky Friday", com Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis), 3 anos antes. Porém, a sequência não chega nem a ser razoável. Primeiro porque a troca de identidade já não supreende mais, então, ficamos com aquela sensação de déja vu ao vermos Gloria Pires lutando para parar em cima do salto alto ou Tony Ramos se embonecando no shopping. Segundo, por causa da artificialidade geral que paira no filme: o enredo é artificial, o elenco é tremendamente artificial. Vendo o filme, temos a sensação de estarmos assistindo à mais matada novela da Globo. Então, porque ir ao cinema: a televisão custa bem mais barato...
"Eu odeio dia dos namorados"("I hate Valentine's day") é outro filme que respinga canastrice. Um usuário do IMDB chama Nia Vardalos, a diretora-roteirista-atriz, de "a tripla ameaça". Concordo plenamente. O problema é que ela estende a representação forçada à direção e ao roteiro. Os diálogos são muito ruins e a gente chega a ficar envergonhado de ver aqueles olhares que a atriz troca com seu galã. Aqueles que não querem ver uma comédia romântica ser interpretada como uma pantomima circense não devem deixar de perder esse filme! A única coisa que me deixa feliz a respeito dele é o fato de tê-lo visto pela TV - pelo menos, economizei o ingresso do cinema...
9 comentários:
Não vi nenhum...tenho sorte de ter bons indicadores de filmes, vou agradece-los..rs
beijos
hehehe. Isso mesmo, Ângela, você não vai se arrepender nem um pouco se não vir esses filmes!
Beijinhos
Dani
Hi Danielle thank you for stopping by my blog,I'm glad you liked it,you have worked hard on yours,I like it very much,I like anything to to with the old classic films,I'm not that old by the way,lol,speak 2 u again soon.
Thank you very much for stopping by mine, Allison!
Hope I see you soon!
kisses
Danielle
hehe, I'm not that old too. But this hasn't anything to do about age, has it?
See you!
Saudades da amiga... muito trabalho?
Nem fala, Ricardo!... Mas eu volto logo!
Bjocas
Dessa lista eu assisti ao Exterminador Salvaçao. Realmente as continuaçoes do Exterminador sao um tédio, so gostei do Exterminador 2, aquele supera o primeiro da serie, mas de resto, prefiro jogar o videogame é mais prazeroso :)
O filme Se eu fosse voce 2, nao sei pq teve continuaçao, pq era obvio que ficaria com um jeito de Deja Vu no ar.
Os demais filmes ate pensei em assistir, mas como os filmes atuais me deixam mais irritada do que satisfeita, preferi nem ousar em assisti-los.
O cinema atual esta péssimo, nem atrizes e atores com talento salvam o filme, realmente é uma pena :(
Cris, adorei seu comentário! Certamente o jogo de videogame dá a certeza de que vamos interagir com os personagens! É difícil essa interação com o Exterminador 4... O primeiro Exterminador eu vi novamente na semana passada pelo SBT. Só aí eu percebi que o Arnold fala meia dúzia de palavras (inúteis) durante todo o filme - e diz todo o resto por meio da linguagem não verbal. Essa sim é uma homenagem ao cinema mudo!
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