Nunca estive pessoalmente em Manhattan, mas ela já bateu em minha porta tantas vezes que a sinto parte de mim. Culpa dos livros, das músicas e dos filmes; de Woody Allen, Rodgers & Hart, Antonio Ferro e de tantos literatos e artistas que procuraram reterem-na em suas obras. Portanto, meu passeio mental por esse pedaço de Nova Iorque tem de obrigatoriamente passar pelos olhos daqueles que o registraram e são os grandes responsáveis por inventar a cidade que seus visitantes reais e virtuais conhecem – já dizia Oscar Wilde que nosso olhar às coisas está pautado pela arte. Woody Allen sublinha isso na belíssima declaração de amor à cidade que é “Manhattan” (1979), declaração que a monumentaliza de modo muito semelhante ao que fizeram Paul Strend e Charles Sheeler na “Manhatta” de 1921: por meio de planos gerais tomados de noite e de dia, que transformam a cidade numa ininterrupta rapsódia de luzes e sombras. É explicitamente por meio das lentes amorosas da arte que Allen canta a cidade, ao abrir seu filme com o toque jocoso de clarinete que introduz “Rhapsody in blue” (1925) – através da qual George Gershwin dizia querer glosar a “loucura metropolitana” de seu país.
Capítulo um: “Ele adorava a cidade de Nova Iorque. Ele a idolatrava desmesuradamente.”. Não. Melhor “Ele a romantizava desmesuradamente. Para ele, independente da estação, esta ainda era uma cidade que existia em preto e branco e pulsava ao som das grandes canções do George Gershwin.” Ah, não. Deixe-me começar de novo.
Pano rápido. Nunca fui grande fã de Woody Allen, mas preciso confessar que essa sua personagem me enredou desde a primeira tomada. Allen escolhe acertadamente a metalinguagem para retratar a cidade. Assim sublinha o caráter de construção dela por meio da arte, ao mesmo tempo em que alinha as escolhas de seu alter-ego às suas próprias escolhas enquanto diretor. A voz off que faz emergir os percalços enfrentados pela personagem no intuito de evitar os sentimentalismos ao se referir à cidade soma-se às belas imagens em branco-e-preto que se sucedem em crescendo, culminando numa sensacional queima de fogos, tudo isso acompanhando os movimentos de “Rhapsody in blue”. A conclusão óbvia fica implícita: é impossível falar sobre a cidade sem ser romântico, meloso, sentimental. Allen compreende isso bem e, com “Manhattan”, compõe um hino. Sublinha ainda mais o caráter de idealização ao escolher a escala de cinza em detrimento do filme em cor – cujo lastro com a realidade é muito mais forte. A cidade que ele nos oferece é fortemente permeada por sua subjetividade. Em várias cenas, a visibilidade dos elementos é prejudicada pela manipulação das imagens em direção ao elemento mais elementar do cinema: o contorno de luzes e de sombras. O resultado final é notável. “Manhattan” é o filme que tematiza a cidade de modo mais poético.
A película não é apenas uma homenagem à cidade, mas também à produção cultural que ela inspirou. A tomada inicial e a final, do sol se pondo detrás do Empire State Building, faz clara analogia à “Manhatta” (1921), que abre e fecha com os mesmos planos gerais de uma cidade cujos prédios, de noite, pareciam irradiar luz própria. Allen é embebido pela mesma atmosfera de encanto que antes seduziu Strend e Sheeler. Impossível ler o intertítulo que fecha o filme de 1921 sem pensar que o feitiço nele formulado fez outra vítima mais de 50 anos depois: Belas nuvens do por do sol! banhem com seu esplendor a mim ou os homens e mulheres das próximas gerações .
As semelhanças entre as duas produções não param por aí. No entanto, elas não escondem as diferenças. A cidade é protagonista de ambas. Na de 1921, o plano geral da cidade se segue a tomadas feitas a partir de uma embarcação que se aproxima do porto. Seguem-se tomadas, a partir do porto, da balsa que se aproxima: a Manhattan de mil pés desce até o solo firme. O formigueiro humano ganha a ilha que é, então, tomada de diversos ângulos: num plongée que flagra um cemitério a conviver harmonicamente – sem a interferência dos muros – com monstros de concreto, ruas movimentadas e multidões; num plongée tomado do alto de um arranha-céu, tendo em primeiro plano as amuradas de cimento e abaixo, um mar de gente; em contra-plongées que tornam os edifícios ainda mais grandiosos: Grandes construções de ferros, fortes, subindo esplendidamente em direção ao céu claro., diz o intertítulo. O olhar exaltado à cidade é explicitado, sobretudo, pelo constante movimento de sobe e desce da câmera, que mimetiza a tentativa do olho humano de abarcar o desmesurado.
Tudo isso está patente no filme de Allen – às vezes numa analogia perfeita: as grandes multidões que ganham as ruas, os andaimes que ressaltam o desejo dos nova-iorquinos de alcançarem os céus, as pontes, o cemitério entre prédios (impressionante o respeito à morte que fazia com que, em 1979, ele ainda estivesse entre os prédios). Todavia, a rapsódia metropolitana de Allen constrói sentidos outros. O filme de 1921 compõe um conjunto de documentários produzidos na época, no mundo, por diferentes realizadores que tinham por norte um mesmo objetivo de louvar o progresso tecnológico e a industrialização. “Manhatta” concentra-se na cidade de cimento. Suas personagens são anônimas: meras formigas operárias responsáveis pelo seu bom funcionamento. Woody Allen, em contrapartida, integra personagens e espaço num todo admiravelmente coeso. Sua narrativa imprime o sentimento que toma conta da personagem construída por Isaac, alter-ego do diretor: cidade e personagem pulsam ao som da mesma melodia. Melodia feita de ruído e de caos como suas vidas amorosas e os prédios em construção; de suavidade e poesia como um fortuito passeio de charrete pelo Central Park ou uma visita ao Observatório num dia de chuva. Allen aproveita o Cinemascope para compor panoramas riquíssimos da cidade que ele ama e faz suas personagens amarem. Às vezes deixa os artistas pequeninos, num canto da cena, e faz os monumentos falarem – dizendo através da imagem o quanto aquela grandiosidade os deixava atônitos.
Allen destaca do todo um sensacional conjunto de personagens, cada qual com suas peculiaridades, o que só faz sublinhar o intertítulo que abre a “Manhatta” de 1921:
Isaac para Mary: É tão lindo quando as luzes começam a se acender. Esta cidade é incrível. Não ligo para o que todos dizem. Ela é simplesmente sensacional.
Allen destaca do todo um sensacional conjunto de personagens, cada qual com suas peculiaridades, o que só faz sublinhar o intertítulo que abre a “Manhatta” de 1921:
Cidade do mundo
(pois todas as raças lá estão)
Cidade de altas fachadas
de mármore e ferro,
Cidade orgulhosa e apaixonante.
Ao redor do roteirista de televisão frustrado circulam uma namorada jovenzinha, a ameaçadora ex-esposa lésbica, a mulher bela e intelectualizada – aparentemente seu par ideal, o amigo galinha com a esposa demasiado auto-consciente. A variedade dos caracteres soma-se à do cenário, já que seus encontros e desencontros de dão pelas ruas, ruelas, pontes, museus, festas e parques da cidade. O próprio cenário ganha densidade quando comparado ao do filme de 1921. A natureza exerce papel preponderante, e exemplo admirável é o plano geral que abre e fecha o filme, dos prédios iluminados pelo pôr-do-sol com o Central Park em primeiro plano. Isso ressalta o desejo do diretor de descer até à raiz dos sentimentos e das relações humanas. O percurso surpreendente culmina numa cena que patenteia a integração entre personagens e cidade: a corrida do protagonista pelas ruas da cidade rumo à mulher que ama. E isso ao som de uma “Strike up the band” que, devido à aceleração da velocidade, evolui de marcha para corrida. Outro trunfo do filme é o aproveitamento que faz das canções de George Gershwin, sempre em identidade com a história – eu convido fortemente o espectador a ver o filme atentando para o modo como a ação se enlaça às histórias vividas pelas personagens cantadas pelo compositor quase um século atrás.
A “Manhattan” cantada por Allen está mais para aquela cidade romantizada por Richard Rodgers e Lorentz Hart na canção Manhattan de 1925. Nela, o eu-lírico faz um percurso afetivo pela cidade que ele considera mais propícia para a honeymoon que as tradicionais Cataratas do Niágara.
We'll have Manhattan,
The Bronx and Staten
Island too.
It's lovely going through
The zoo.
It's very fancy
On old Delancey
Street, you know.
The subway charms us so
When balmy breezes blow
To and fro.
And tell me what street
Compares with Mott Street
In July?
Sweet pushcarts gently gliding by.
The great big city's a wondrous toy
Just made for a girl and boy.
We'll turn Manhattan
Into an isle of joy.
(...)
(...)
O percurso proposto pela canção recupera em boa medida aquele já palmilhado pelas Manhattans de 1921 e 1979, com a diferença de que nela, como na Manhattan de Allen, a personagem que frui a cidade é individualizada: do Bronx à Staten Island, dos monumentos de concreto ao Central Park, passando por Coney Island (parque de diversão à beira-mar), pela praia Brighton (onde a pequenina roupa de banho da mocinha faria os mariscos sorrirem de barbatana a barbatana...) e pela Broadway (as suas crianças veriam “Abie's Irish Rose”, sucesso de público de 1922 a 1927), assim como pelas românticas ruazinhas da cidade cortadas gentilmente pelos carrinhos de mão e pela familiar vizinhança do Brooklyn, lugar onde os pombinhos viveriam – Lorentz & Hart fazem suas personagens abraçarem a cidade de norte a sul. Muitas explícitas semelhanças com o filme de Woody Allen. A primeira é o passeio no Central Park, Where our first kiss we stole,/ Soul to soul:
Minha sentimental journey pela cidade acaba num mapa desta “Manhattan” graciosa pintada por Rodgers e Hart, em homenagem a todos os que querem visitá-la virtualmente – o Google oferece agora uma ilusão quase perfeita do passeio...
Exibir mapa ampliado
32 comentários:
Dani querida, este posting "encerrou" minha viagem, fechou-a por assim dizer! Amei tudo... principalmente suas comparacoes e diferenciacoes entre duas obras entre as quais nunca teria me ocoorido tracar um paralelo! Bravo!!!!!!! A foto já mandei... nao tinha subway, nem Zoo mas Central Park sim!!!!!
Obrigado. MUITO!!!!!!!! Ricardo
Oi, Ricardo!
Fico feliz que tenha gostado. A cidade é inspiradora, não?
Allen certamente tinha a música de Rodgers& Hart na cabeça - música que ele sabiamente deixou de utilizar para fazer uma trilha toda dos Gershwin. Eu o aplaudi de pé depois de ver o filme. Já é um de meus preferidos.
Adorei as fotos e sua legenda. Já as coloquei no ar!
Bjs, querido.
Dani
Dani, que post maravilhoso. Conheço Manhattan e sua homenagem é tão intensa e poética que até parece que esteve lá muitas vezes.
Fiquei curioso em relação ao filme de 1921: é ficção ou documentário?
Beijos
O Falcão Maltês
Oi Dani! mais um texto maravilhoso... e olha que tava ansioso esperando por oturo! na verdade só serviu para aguçar mais a minha vontade de ir a Manhattan!huahuahua! ainda não vi o filme do Woody Allen pq como vc n sou muito chegado a ele! quem sabe depois de ver Manhatta tb n mudo de idéia. Ah... ia esquecendo! baixei a herdeira pelo torrent como vc me sugeriu! obg pela dica! bjão
P.S.: vc poderia dar mais detalhes sobre sua dissertação? curto ler produções acadêmica voltadas para o mundo das artes!
Oi Antonio e Garoto Enxaqueca!
Muito obrigada pela visita, leitura e palavras de vocês!
Antonio, "Manhatta" de 1921 é um documentário. Você o encontra na íntegra no youtube (link abaixo). Só desencane da trilha sonora (muito boa, mas inserida posteriormente e um tanto quanto influenciada pelo filme de Woody Allen, eu diria):
http://youtu.be/_NVzQINqQ70
Garoto enxaqueca, te falo com prazer sobre minha dissertação. Vou te mandar um e-mail encaminhando-a. Fico feliz que tenha baixado o filme! "Herdeira" eu ainda não vi, mas recomendo muito "They all laughed, que é uma comédia muito sensível e bonita. Agora, veja "Manhattan" de Allen. Você certamente vai mudar de ideia sobre ele!
Bjs e até logo
Dani
"A Herdeira" é The Heiress com Olivia e Monty Clift? Baseado no fantástico "Washington Square" de henry James??? Se é, é maravilhoso!!! Estivema Washington Square para dar comida aos esquilinhos... doming passado... Buáaaaaa, saudades da "minha cidade"...
Dani, adoro as comparações entre filmes. Essa ficou show! Manhattan de Woody Allen é excelente, principalmente a parte no planetário. Já tentei muitas vezes fazer minha lista de "coisas que fazem a vida valer a pena", mas sempre acaba ficando muito longa...
Abraços, Lê
Oi, Ricardo!
Mata saudades da cidade (re)vendo esses filmes e ouvindo Manhattan! Um aparte: fiquei apaixonada pela música ouvindo-a na voz do Rod Stewart, num dos volumes daquela coleção linda de morrer dele "The great American songbook". Dá uma olhada: http://youtu.be/bnMepHTc20Q
Sobre o "A Herdeira", o Garoto Enxaqueca estava se referindo a "The Bloodline", filme da Audrey de 1979. Não conheço "The Heiress" - vou procurá-lo!
Lê, obrigada pela visita e pelas palavras! Que bom que gostou. Boa sorte na lista! Concordo que vale a pena tentarmos fazê-la e cumpri-la.
Bjos, queridos.
Dani
"Bloodline" de Sidney Sheldon com Audrey? Este filme nao foi uma pe´rola na sua coroa... procure "The heiress" (baseado em Washington Square - existe um remake "atual" (1997!!!) chamado realmente Washington Square com a fantástica Jennifer Jason Leigh ( e até com minha queridíssima Maggie Smith!). Vale a pena ver os dois. Henry James at his best! Procure! Senao encontrar eu envio por mamae para voce, OK??? Beijo
Ricardo
Oi, Ricardo!!
Sério que o filme da Audrey não é bom? Esse eu não vi ainda. Encontrei "The Heiress" de 1949 (adoro Montgomery Clift). "The Heiress" de 1997 eu não encontrei. Ficaria muito feliz se você me mandasse uma cópia dele pela Dona Neide - se não for muito incômodo.
Bjocas, querido, e bom fim de semana.
Dani
A HERDEIRA, com a Audrey e a Romy Schneider, é fraquinho. Mas vale assistir pelo interessante elenco (tem também a Irene Papas, o James Mason e o Omar Sharif). TARDE DEMAIS, com o Mont, é uma obra prima. Super interpretação de Olivia de Havilland e da Miriam Hopkins, e o Monty tá comovendo como o golpista bonitão. O remake, A HERDEIRA, também é bem bacana, com destaque para Maggie Smith.
Dani, dê uma passada no blog, gostaria de sua opinião sobre o post de F. Scott Fitzgerald.
Beijos,
O Falcão Maltês
O Falcão Maltês
Oi, Antonio!
Mas com certeza vou ver o filme de Audrey, mesmo não sendo uma obra prima (ela é das atrizes que eu veria até declamando bula de remédio). E certamente que vou ler seu post. Ando estando um pouco apertada, mas sempre que posso passo pelo Falcão Maltês e, além disso, esse assunto me interessa muito (também escrevi sobre Fitzgerald (um dos meus escritores preferidos) e o filme "O grande Gatsby". Fitzgerald teve uma relação curiosa com Hollywood...
Bjinhos e até logo
Dani
Dani, seu lindo post é convidativo e incita-nos a não somente ter vontade de conhecer esse maravilhoso lugar que é Manhattan, mas de revisitar (no meu caso, reassistir Manhattan de Allen se tornou um must) os filmes, canções, livros e fotografias tão emblemáticas desta cidade.
Adorei os paralelos, em especial. Fiquei com muita vontade de assistir Manhattan de 1921.
A foto do querido Ricardo é um detalhe à parte, é something else. Uma excelente maneira de fechar o texto com chave de ouro!
Beijinhos,
Lorena
Lorena, querida, muito feliz com a sua volta!! Obrigada pelas palavras delicadas dedicadas ao post. Veja sim a "Manhatta" de 21 (filminho de menos de 10 minutos cujo link coloquei num dos comentários acima). Você vai se surpreender com as semelhanças. Allen tem um conhecimento cinematográfico incrível e algumas vezes faz uso disso com impressionante destreza. Eu sou apaixonada por seu "Manhattan" do mesmo modo como sou pela "Rosa púrpura do Cairo".
As fotos do Ricardo caíram bem no fim do post, né? Eu o estava terminando quando ele escreveu nas "Tertulhas", então achei que poderia incorporar o 2011 à minha viagem pela cidade.
Bjinhos e cuide-se!
Dani
Ai, comparação entre dois bons filmes... MEU SONHO DE CONSUMO, Dani... Mas um dia eu chego lá!!!!!!!! A ilha de Manhattan é TUDO!!! É o mundo! Tinha que ser tb um personagem de cinema!!! Sempre ouço maravilhas da Manhattan "Woody Alliana" (inventei agora - mas preciso parar pois estou diante de uma catedrática), a outra eu não conheço, porém agora ligadinho depois do seu texto! Bacana, o Ricardo mandar as fotos de lá... ele fechou a resenha e vc a viagem dele, sempre com chave de ouro... Um bjo!
Ah, é um documentário o de 1921... Já peguei o link, tou indo lá!!!! Vlw!
Oie Edison!
Fico feliz que tenha gostado do texto! Credo, não me chama de "catedrática" que dá até arrepio...
Acho que "Woody Alliana" pode sim (já que dizemos "hitchcockiana"). Dá uma olhada nos dois filmes. O de Allen é uma obra-prima. Vamos viajar pra N.Y.? Aí a gente junta nossa foto às do Ricardo.
Bjinhos
Dani
Ué, vamos, sim... E não podemos esquecer de dar uma esticadinha na "Broadway" para um teatrinho, quem sabe um musical dessa vez, ehehehe... Um bjão, Dani!
Combinado, Edison! O Ricardo recomendou uma peça do Cole Porter (só pra gente se manter nos anos dourados...), que está em cartaz na Broadway, "Anything goes" (1935).
http://tertulhas.blogspot.com/2011/05/playing-on-broadway-now-anything-goes.html
Bjos
Dani
Foi um prazer total ler o seu post ao som das músicas do filme, Dani! Você é incrível na percepção dos detalhes e em montar essa cronologia comparativa com as outras produções que homenageiam a isle of joy! Amo também essa canção, além de Gershwin e todo o clima envolvendo Manhattan. Parabéns! Como disse o Antonio, parece que você já esteve lá muitas vezes!
Beijo
Maurette
Oi Maurette!
Querida, obrigada por ler meu post. Amei que você mencionou a canção de fundo. Deu um trabalho pra fazer esse Ipod funcionar - eu achei que o post só funcionaria do modo como eu queria se tivesse "Rhapsody in blue" ao fundo... Fico muito feliz que você tenha gostado da combinação. Infelizmente nunca estive pessoalmente na isle of joy. Bem, a arte (especialmente o cinema) nos oferece uma ilusão bem convincente do passeio!
Bjs e até mais
Dani
Texto muito melhor que o filme. Juliette Binoche sempre fria, com cara de quem diz "olhem como estou interpretando bem". Parabéns pelo texto. Sentia que faltava alguma coisa quando terminei de ver o filme. Agora acho que valeu a pena ter visto.
Marcos Gimenes - São Paulo
Oi, Marcos!
Poxa, suas palavras me deixaram feliz! Olha, voltei para a casa confusa depois de ver o filme pela primeira vez. O que me convenceu a vê-lo de novo foi a interpretação de Juliette - volto a dizer, eu a achei a melhor da década e a responsável por prender o interesse num filme que discute um tema filosófico em tom quase acadêmico.
Fico muito contente mesmo que meu texto tenha te ajudado a repensar a questão. Enquanto o escrevia, pude pensar com mais cuidado sobre as questões discutidas ali.
Abraços e obrigada pela visita!
Dani
No tocante à Manhattan de Woddy Allen, que diretor estupendo em criatividade, né! Estou revendo muitos filmes antigos dele e me surpreendo cada vez mais com a complexidade por trás de toda aquela comédia. Talvez haja lances de gênio que nos passe despercebido. Fiquei muito impressionado, por exemplo, quando revi A Rosa Púrpura do Cairo; revi o filme como um aperitivo antes de Meia-noite em Paris e vi um Woddy que nunca tinha visto; mais tarde ponho minhas impressões numa postagem. Por enquanto agradeço pela sua, muito caprichada.
Oi, Danilo!
Pra te dizer a verdade, não sou fã inveterada do Woody Allen. Acho que ele tem excelentes momentos (Manhattan e Rosa Púrpura do Cairo são duas maravilhas) mas anda patinando um pouco nos últimos tempos. Vi "Meia-noite em Paris" e pretendo falar disso, se possível, ainda essa semana.
Fico feliz que tenha gostado da postagem. Espero ler a sua sobre Meia-noite... Assim, trocamos impressões.
Bjs
Dani
Oi, Dani... Estou aproveitando para pôr os DVDs em dia...
Acabei de ver a Manhattan "Woody Alliana"!!! Sinceramente não curti muito... A fotografia é boa, mostrando a cidade... Mas, as reflexões dele são chaaaaatas... Creio que sou eu que estou ficando velho... Ou será q o personagem é q é judaico demais????
Vou deixar no ar duas perguntinhas (se não quiser, não precisa responder):
1ª) O filme foi filmado em P/B, o Woody Allen falou sobre isso em algum lugar?
2ª) Por que a Diane Keaton (novinha, hein) só usa esse terninho? EM TODOS OS FILMES....
A viagem pra NY continua de pé, hein... Quero andar de charrete e ir na Broadway... Aquele bjão, agora em inglês: Merry Christmas!!! kkk, eita mico...
Oie, Edison.
Que legal que você está aproveitando os filmes! Olha, confesso sentir um pouco disso que você diz em Annie Hall, mas não consigo deixar de amar "Manhattan": gosto da trilha sonora, do modo como Allen a costura na história, do diálogo que ele estabelece com a tradição, do elenco (especialmente as três personagens femininas bem construídas).
Quanto ao traje de Diane, não sei responder. Penso que o terninho serve pra lhe dar um ar mais masculino e assertivo que combina com as personagens feministas (!) que ela desempenha. Mas digo isso só pensando nesses dois filmes; conheço pouco da parceria dela com Allen. E ela era bonita, não?
Ah, uma viagem pra New York! Está super de pé, com direito a todas as coisas adoráveis que só os turistas e os americanos apaixonados costumam fazer. E pensar que quando eu escrevi esse post já estava com o visto na mão. Mas aí conheci a Madame Deneuve...
Bjs e inté.
Dani
Ah, sem dúvida, o terninho dela tem a ver com o feminismo... Só que são usados em - TODOS - os filmes dela, eheheh... De repente se ela usasse um laçarote vermelho na cabeça seria mais ridículo, é isso... Ou uma mulher feminina não pode pensar como homem... Pano pra manga esse terninho dela...
A trilho sonora é muito boa... E conhecidíssima... Sempre ouvia essas musiquinhas por aqui quando era mais jovem mesmo não sabendo de quem eram... Bjão
Edison, seria uma mistura de feminismo e orçamento curto? (!) Eu também não entendo umas coisas do Allen, mas já lhe disse, não sou fã inveterada dele. Quem é ajoelha-se diante de tudo o que ele faz.
E Gershwin é tudo de bom. E atualíssimo! Só de pensar nas trocentas músicas dele que o (irresistível) Rod Stewart gravou...
Bjs
Dani
Ehehehe... Curto orçamento... Boa! Na época, esse terninho nela deve ter causado só que ela não deixou de usá-lo nunca mais... Já nem chama mais atenção mas ela continua usando... Eu lembro que ela fez um filme com outras duas grandes atrizes (não lembro direito quem eram elas mas acho que a Goldie Hawn e a Susan Sarandon, não tenho certeza), até muito bom o filme, fez um certo sucesso, tanto é que na festa do Oscar elas foram convidadas a apresentar uma premiação e a Diane tava lá com o terninho, fora que ela usou o tal terno o filme todo...
Eu não conhecia essas histórias envolvendo Miss Keaton, Edison! Eu não simpatizo muito com essas artistas que se vestem sempre da mesma maneira, on e offscreen. Isso só faz reforçá-las como tipo único, nos filmes e na vida.
Bjs e inté
Dani
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