terça-feira, 6 de julho de 2010

Yes, nós temos bananas: o Rio no imaginário hollywoodiano


Começo o post pela cena que me motivou a escrevê-lo: Mickey Rooney imitando a Carmen

Miranda em "Babes on Broadway" (1941), um dos Rooney & Garland pictures. É certo que a imitação é mais uma homenagem que uma sátira, cumprindo o programa de irmandade cultural fomentado por ambos os países (tanto que há registros da própria Carmen ensinando o Mickey a balançar as cadeiras). O que mais me fascinou nela - não apenas nela, mas no grosso das películas que fazem alusão ao Brasil - é o olhar estereotipado que lançam ao país, mais especificamente ao Rio de Janeiro, metonímia do Brasil aos olhos do cinema standard norte-americano da época (e, ouso dizer, também de hoje).
É um prazer ver Mickey cantando "Mamá, yo quiero mamar.". O rapazinho é tão carismático que acabamos deixando de lado o quão perniciosa é a caracterização que junta todos países sul-americanos num mesmo pacote, amarrando-os com um laço bem grande e colorido que os transforma em charge. Outra coisa não era Carmen Miranda, uma das maiores cantoras nacionais que, em Hollywood, teve de se contentar com papéis de raparigas sensuais e exóticas, cujos sotaques estilizados não deixavam negar as origens: o país tropical, do calor e do sexo fácil. Carmen ganhou dinheiro e notoriedade, levando o nome do país aos quatro cantos do mundo através das películas em Tecnicolor rodadas pela Twentieth Century Fox. No entanto, contribuiu para que se perpetuasse no estrangeiro a imagem do país do eterno carnaval de acordo com a qual ainda somos conhecidos, imagem que nos trás turistas sedentos de calor e diversão, mas também motiva o turismo sexual.

Mas esse post está tomando um caminho pedregoso que não estou disposta a trilhar, não depois de ter separado com tanto entusiasmo uma porção de fotogramas de alguns filmes (dos quais gosto muito, aliás) em que o Brasil - ou melhor, o Rio - é personagem relevante.
Então vou agora mesmo mudar o rumo e tentar transformar isso aqui em um passeio turístico tão leve e agradável quanto aquele ao qual Hollywood buscava conduzir seus espectadores quando colocava em primeiro plano o brilho de nosso país, deixando de lado as nossas mazelas sociais. Lá vamos nós então.



Os primeiros fotogramas são do musical de 1933 "Flying down to Rio", no qual Ginger Rogers e Fred Astaire dividem a cena pela primeira vez, ainda como artistas coadjuvantes. O conjunto de cenas (parte delas stills), apresentados sucessivamente, dos pontos turísticos da ainda então capital da República, explicitam o imaginário que se construía do Brasil como um país de vicejante beleza natural e muita diversão. A Baía de Guanabara anunciando ao fundo o Pão de Açúcar; o Teatro Municipal, a Avenida Copacabana, o Hipódromo. Puxamos pela memória as últimas novelas das oito e vemos que o imaginário pouco mudou.
Contudo, nesses filmes antigos essas cenas, que não deixam de ser registro histórico de um tempo que há muito já se foi, ganham uma graça especial que sempre acaba por me entusiasmar. Bati os olhos no Hipódromo, hoje praticamente abandonado dada à decadência do esporte, e me lembrei do registro histórico/poético que Manuel Bandeira faz do local nos anos de 1940:

Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza, Esmeralda,
Acabou me enlouquecendo
(...)

E ao trombar com os "Turunas Band", banda nacional a princípio ironizada pelo conjunto comandado pela personagem de Astaire, me dei conta de quão up to date estavam os norte-americanos no que se tratava da cultura de nosso país. Para constar apenas de passagem, alguns "turunas" passaram pela cena artística de nosso país, a exemplo dos "Turunas da Mauriceia", grupo pernambucano que fez sucesso no Rio entre 1927 e 1930 tocando canções típicas do nordeste, como emboladas e cocos. Abaixo, um registro do grupo e, a seguir, dos "Turunas" inventados por Hollywood.



A disposição do conjunto nega o epíteto do grupo (turuna: forte, valente, ágil), deixando ainda mais claro aos brasileiros que aos norte-americanos o quanto ela tinha de pejorativa. Mas nem por isso ela deixa de ser engraçada, pois também os brasileiros redefiniam a cultura de seus vizinhos ao apreendê-la. O Brasil era um dos maiores mercados consumidores da produção cinematográfica norte-americana - o que o tornava, por extensão, consumidor do modo de vida daquele país. As jazz-bands pululavam em território nacional, alegrando os cassinos, as rádios, vendendo discos e divertindo as plateias do já abrasileirado teatro de revista. A "Turunas Band" inventada por Hollywood, que tocava foxtrote e a carioca, não ficava muito longe dos grupos compostos por elementos nacionais - no final dos anos 20, "Arthur Castro & American Jazz Band" fizeram sucesso com um maxixe chamado "Cristo nasceu na Bahia". O cosmopolitismo das bandas acenava para o cosmopolitismo instaurado pela indústria do cinema, em que tudo ganhava status semelhante de item de consumo para as massas. A própria "carioca" inventada na película mistura elementos norte-americanos e brasileiros, o violoncelo, o chocalho e o triângulo, os dançarinos de tap dancing e baiana sestrosa.




Aliás, a baiana de "Flying down..." nega a informação historicamente consolidada de que a responsável por elevar o tipo, até então estigmatizado, foi Carmen Miranda. O tipo da brasileira/baiana já parecia bem introjetado no imaginário norte-americano quando Carmen apareceu por lá. Nas películas rodadas em Hollywood, a imagem edênica do país se sobrepõe à sua realidade empírica - não é atoa que, nos anos 50, "Orfeu negro" arrebatou os estrangeiros, apresentando-lhes um país desconhecido. Para a construção do imaginário ajudou o fato de os filmes serem costumeiramente rodados em estúdio, sendo a cor local dada por telões que impunham a magia do espaço físico assim como as fotografias turísticas que batemos dos lugares mais bonitos que visitamos. Fred e Ginger caminham contra o telão que registra a avenida Gonçalves Dias, ponto tradicional da boemia literária carioca, e vão dar num arremedo da Confeitaria Colombo.
Não muito longe dali, cartazes anunciam, em inglês, os "Yankees Clippers" no "Hotel Atlantico". Neles, coqueiros, a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar. Perdura a imagem do Rio como destino de turistas estrangeiros.

É digno de nota o fato de o Brasil comparecer especialmente em comédias musicais, produções em que a fantasia se sobrepõe à realidade. Em "Uma noite no Rio" (That night in Rio, 1941), fotografias da cidade são substituídas por registros pictóricos dela, que salientam a invenção do país em detrimento de seu registro objetivo.


Carmen surge em seguida com a vestimenta de baiana que se tornou a sua segunda pele.

Casais fantasiados dançam tendo ao fundo a Baía de Guanabara. O Technicolor permitiu que se salientasse o colorido que se queria imprimir para o país. O fotograma acena também para outra característica do país que o tornava destino privilegiado, o carnaval.

Isso é ressaltado noutra película dos anos 40, "Romance on the high seas" (1949), debut cinematográfico de Doris Day. O baile de carnaval que dá fecho ao filme, tornando possível o happy end, aponta cabalmente para como nosso país é imaginado lá fora. Inegavelmente, é uma propaganda aos quatro cantos do mundo de nossa cordialidade. Que viengan os turistas...

Antes de ser "feliz para sempre", Doris Day entoa "It's Magic" na Praia de Copacabana, canção que a tornará the toast of Hotel Atlântico, mimetizando a relevância que exerce na ascensão da jovem crooner a estrela da música e do cinema.


A praia de Copacabana e o carnaval retornam brevemente em "Papai Pernilongo" (Daddy long legs, 1955), e novamente enquanto pintura, numa sequência estilizada colorida e lúgubre que lembra (e lembra até demais, para o próprio bem do filme) o antológico balé de "Sinfonia de Paris" (1951).




Brasil, paraíso terrestre, lugar da fantasia, do escapismo. Não é um acaso que casais sexualmente reprimidos vivessem seu idílio envoltos por nossa brisa amena e sob os olhos amorosos do Pão de Açúcar. É o que acontece em "Estranha Passageira" (Now, voyager, 1940), no qual a personagem de Bette Davis torna-se "Camille" à medida em que se aproxima de nosso país tropical - alusão à heroína romântica de Dumas Filho que se entrega a um amor proibido e foge para o campo para vivê-lo. Camille e seu Armand (Paul Heinred) dormem lado a lado numa cabana abandonada na estrada rumo ao Pão de Açúcar, desafiando a moral vigente e a censura cinematográfica. Estou lembrando que já falei sobre esse filme em duas outras ocasiões, quando falava sobre o cigarro no cinema e o sexo em Hollywood... Nem preciso dizer que gosto muito dele, não?



O romance de Ingrid Bergman e Cary Grant também se beneficia das belezas naturais do Rio. Em "Notorious" (Interlúdio, 1946), um dos grandes Hitchcocks, a personagem de Ingrid é outra Dama das Camélias que encontra a regeneração no amor.


Porém, sabemos que o romantismo do diretor percorre vias tortuosas. Antes de oferecer a oportunidade de regeneração à heroína, o Rio torna-se palco de seu mais arrematado decaimento. O imaginário é desconstruído. O hipódromo, cuja elegância contribui para enfeitar as películas norte-americanas, ganha em "Notorious" aquele sabor amargo que adquire para Manuel Bandeira: "Os cavalinhos correndo,/ E nós, cavalões, comendo... (...)/O sol tão claro lá fora,/ O sol tão claro, Esmeralda,/ E em minhalma — anoitecendo!".




Nele, a personagem de Ingrid contará ao homem que ama: "Você pode colocar Sebastian em minha lista de admiradores." Ela sabe que o caminho não tem volta. Precisará se casar com o espião nazista para levar a cabo o plano do governo americano.
A Cinelândia, até então passarela de turistas despreocupados, impregna-se da carga dramática da personagem que, então, já caminhava numa corda bamba. O belo edifício da Biblioteca Nacional, o qual, junto ao Teatro Municipal, ajuda a compor o patrimônio artístico da capital, torna-se no filme a base de operações da polícia brasileira/ norte-americana. Sua magnificência esmaga a protagonista, tanto quanto as luzes da cidade cegam-na, tornando sua doença ainda mais insuportável. Graças à Hitchcock, o Adão e a Eva cinematográficos são finalmente expulsos do paraíso.

18 comentários:

Marcia Moreira disse...

Desculpe, mas lembrei-me do desenho do Tom & Jerry em que três gatos cantam "Mamãe eu quero mamar". Muito hilário.

Gostei muito do seu blogue.

Lorena F. Pimentel disse...

Maravilhoso texto, Dani!

Reforço em dizer que concordo com a sua "ousadia" em ressaltar que essa imagem estereotipada (e que em muitos graus não é tão deturpada) ainda prevalece. A idéia do Sol, Samba e Sexo do Rio de Janeiro permanece tão forte quanto a idéia de Índios, Arco e Flechas e Floresta que ainda assombra Manaus.

Mas voltando aos filmes, talvez eu tenha preferência a bela paisagem do Rio de Janeiro nos filmes de outrora, do que a paisagem envolvendo tráfico de drogas que hoje também é explorada no Cinema.

Adoro Flying Down to Rio e adoro mais ainda "The Carioca", cheia de swing e charme - com a qual me familiarizei primeiramente através do The Julie Andrews Hour e a sua homenagem a parceria de Rogers e Astaire. Quanto a Papai Pernilongo, realmente tive a sensação de "deja vu" na cena que você mencionou.

Beijinhos e muito, muito bom ver você dividindo as suas ótimas idéias.

Anônimo disse...

Espero ver Voando Para o Rio um dia...

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Pessoal, obrigada por passarem por aqui e comentarem!

Márcia, você me deixou muito curiosa pra ver esse cartoon. Vou procurá-lo!

Lorena, querida, muito obrigada por suas palavras. Gosto muito de seus comentários sempre afiados.

É impressionante como os estereótipos permanecem mesmo com a globlização e a web. A ideia do Amazonas como terra de índios é ainda muito forte. Lembra-se das formigas gigantes do último Indiana Jones; e dos macaquinhos e cipós que convidavam o filho do protagonista a brincar de Tarzan?

Eu compartilho contigo desse sentimento ambíguo quando vejo os filmes - irrito-me com a falsidade do estereótipo e vibro com as cores vibrantes que dão ao país. Também prefiro o Voando para o Rio ao Tropa de Elite... A propósito, fico contente por ter te apresentado o número da Carioca. Adoro-o! O curioso é como ele "reflete" a apropriação cultural que os brasileiros faziam da cultura do norte. Descobri isso esses dias, fazendo um trabalho sobre os conjuntos musicais dos anos 20.

Bjinhos, meninas! Lorena, estou com saudades dos seus posts.

Dani

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Olá, anônimo (ainda estou curiosa pra saber quem é você)!

Encontrei "Voando para o Rio" para baixar pelo megaupload num arquivo único:

http://www.megaupload.com/?d=68JLLUB7

Bjs
Dani

As Tertulías disse...

Que postagem maravilhosa--- quanto carinho e pesquisa! Simplesmente sensacional - tenho que rele-la! Beijo
Ricardo

Carla Marinho disse...

Dani, que post maravilhoso. Teu blog está cada vez melhor! beijo

História é Pop! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Ricardo, Carla, Júnia, obrigada pela leitura e pelas palavras tão carinhosas!

Júnia, "Entre a Loura e a morena" é fascinante! Aquela cena inicial do navio chegando aos Estados Unidos com uma carga de frutas tropicais e de café é o mais arrematado estereótipo! E a sequência das bananas que forma os caleidoscópios bem Busby Berkeley, então?! Muito boa lembrança!

Bjinhos
Dani

História é Pop! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
História é Pop! disse...

Está tão completa sua postagem Danielle que dá gosto ler.
Adorei o fato de você ter falado em Carmen no Brasil estereotipado e Hollywood pois coincide com a película que reassisti essa semana “Entre a loura e a morena” (The Gang's All Here)
Parabéns pelo capricho de seu trabalho sempre tão bem elaborado e completo.

Angélica Roz disse...

Que blog perfeitoooo! Amei!! Já estou seguindo! Bjss

.. disse...

Excelente artigo sobre os filmes do RJ na visao Hollywoodiana.
O unico filme americano mostrando o Rio de Janeiro q eu assisti foi 007 com Roger Moore, anos 70, a luta no bondinho do pao de açucar é o maximo. o 'vilão' lembra muito o vilão do filme Mata Hari de 1931, especialmente o sapato e a altura, mas voltando ao seu artigo...

Musical é Fantasia por isso mostram o Rio como o lugar dos sonhos e de mulheres lindas e cheia de calor no duplo sentido.
A fantasia de baiana na epoca era algo proibido, pq mostra muito o corpinho, coisa que as cariocas gostam de mostrar.
Americano tem uma visao geografica brasileira confusa. Rio é o paraiso perdido na selva amazonica. Será que os americanos pensam que as baianas moram no Rio de Janeiro e vivem rebolando todas as noites no nightclub?? Ou seja, vadias à procura de amor, aff!!!

Pra mim, pior sao os filmes brasileros antigos, da Atlantida, que tambem mostram essa visao hollywoodiana deturpada, pra brasileiro vê. Vide filmes de Ascarito e Grande Otello (eles sao maravilhosos).
Tem um filme que Oscarito faz um musical vestido de Carmen Miranda.

O pessoal adora Mazaroppi, foi inspirado no livro do Monteiro Lobato, o Zeca Tatu. Eu nao gosto pq acho que homem do interior nao é tao estereopitado assim.

Nao esqueça de assistir Rio Babilonia, apesar de ter cenas erótico, é + um filme falando do Rio de Janeiro que fez sucesso, eu acho que foi pela parte explicita da Denisa Dumont que o Woody Allen levou pra Hollywood no filme A Erado Radio e ela canta no filme, adivinha??
Carmen Miranda, Oh Yeahhhhhh!!!

.. disse...

Clip do Filme A Era Do Radio com Denise Dumont no inicio do filme, cantando Carmen Miranda e depois no final do filme, a parodia da portuguesa naturalizada Brasileira, com outra atriz dublando.

Woody Allen adora a Carmem Miranda, por milagre a reclusa Greta Garbo tambem adorava Carmem, quando assistiu ao show da Carmem fez questao de ir ao camarim, cumprimentar e pedir autografo, fiquei passada com essa informação.

http://www.youtube.com/watch?v=z2AW-PFVNxI

.. disse...

Mencionei Mazaroppi pq o tal os meninos do grupo Turunas americano estao a cara do Zeca Tatu, que Mazaroppi interpretava muito bem.
Agora esse violoncelo ficou igual estranho no ninho, muito estranho, umasanfona ficaria melhor.
Detalhe: a inocencia dos filmes do Mazaroppi sao parecidos com os filmes 'infantis' da Mary Pickford, por isso eles cativaram o publico na epoca.
Hoje acho dificil recriar personagens desse estilo, a sociedade mudou e etc.
O mesmo acontece para os filmes genero musical. Eu gosto de Chicago e Moulin Rouge, mas o estilo desses musicais nao tem nada a ver com o glamour de outrora da Rita Hayworth, Gene Kelly, Audrey Hepburn, Fred Astaire e Ginger Rogers.

Eu acho o filme da Julia Roberts, 'Uma Linda Mulher', a 'Bonequinha de Luxo' ou a 'Cinderela em Paris' (Funny Face)dos anos 90, daria um excelente musical na Broadway. Sao 3 contos de fadas inesqueciveis pra mim, que adoro as 2 atrizes :)

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Angélica, obrigadíssima pelo elogio! Adorei a foto que você escolheu para seu perfil - amo a Amelie! Vou adorar tê-la como leitora e saber sua opinião sobre esses filmes.


E Cris, querida, sempre adoro as suas análises super completas! Conheço esse filme do 007. Na verdade, sou fã da série desde criança. Vi esse filme quando era bem pequena e é um dos meus preferidos. Novamente, o que aparece do Rio nele é o ponto turístico mais conhecido, o bondinho.
:) O Dentinho parece o vilão da Mata Hari mesmo. Ambos bizarros, combinam bem com a atmosfera exótica criada pelos dois filmes.

Li que a fantasia de baiana foi promovida pela Carmen Miranda de modo pioneiro. Adorei ver o traje num filme rodado dois anos antes do "Alô Alô Brasil", no qual Carmen usa a fantasia pra encarnar a personagem da baiana da canção de Caymmi "O que é que a baiana tem". Engraçado como uma música popular composta por um baiano tornou-se vestimenta de uma cantora carioca, transformando-se daí em diante no retrato do Rio (e do Brasil).

Você tem toda razão quanto à confusão que os norte-americanos fazem com relação à geografia do Brasil. Revi os Indiana Jones nessa semana. O primeiro começa na "América do Sul". É como a África, tratada como um lugar homogêneo e não um continente repleto de países, cada qual muito diferente do outro... O que a Lorena fala sobre a imagem que as pessoas têm de Manaus ilustra bem isso.

Preciso ver "Rio Babilônia" e os filmes do Oscarito - não os vi ainda! Vou fazer uma seleção de vídeos pra colocar no fim do post.

Concordo com o que você diz sobre a Julia Roberts (gostei da ideia de Uma linda mulher virando um musical) e a Audrey. E acho que você tem razão sobre "Chicago". Ele, mais ainda que "Moulin Rouge" (com o idílio e outra Dama das Camélias), opta por fazer um retrato mais ácido dos anos 30 ao invés de retomar os tipos criados pelo star system - que, concordo totalmente, estão mais que gastos hoje. Vi que um dos idealizadores do incrível "Chicago" (esse eu pude ver no cinema, ÊÊÊh!) é o mesmo Bob Fosse do Cabaret. Aliás, acho que a semelhança entre eles brevemente virará um post!

Bjocas
Dani

Edison Eduarddo disse...

Nossa, Dani! Que beleza de blogada!!! Eu nem imaginava que a Doris Day já havia dado as cara por aqui, eheheheh...

Essa blogada é sobre o Rio de Janeiro, minha querida cidade maravilhosa, e não tem um tag Rio de Janeiro no final da blogada... Eu estava vendo o blog e fiquei procurando esse blogada... Demorei um pouquinho pra achar! Mas estou me divertindo aqui... Bjo!

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Oie, Edison!

Eu amo a sua cidade. Por mim moraria aí! Mas já estou feliz porque aparecerei por aí várias vezes, nos próximos anos, pra fazer pesquisa.

Você me deu uma dica e tanto. O Rio aparece em mais de um post e não há um marcador pra ele. Dá uma olhada também no meu primeiro post de agosto, em que a cidade ocupa o primeiro plano!

E sobre a Doris, adoro-a! Há também outros posts sobre ela. Dá uma olhada especialmente no do dia 4 de abril, em comemoração ao aniversário dela.

Fico feliz que você esteja se divertindo pelo blog! Comente que vou adorar.

Bjos
Dani