sexta-feira, 8 de maio de 2009

A princesa e o plebeu. Ontem... Hoje... Sempre...

Ontem revivi antigas sensações ao rever, acho que pela vigésima vez, este filme que é tão importante para mim. Sim, porque "A princesa e o plebeu" (Roman Holiday, 1953) foi a minha porta de entrada pelo cinema clássico, cinema que agora roubou, nas minhas prateleiras, quase todo o espaço das outras produções cinematográficas. Lembro-me, ainda menina, de ter sido transformada no espaço de duas horas. Eu mal podia imaginar que existia um mundo em preto-e-branco que fosse tão colorido, tão brilhante. Mesmo tendo ele chegado até mim por meio de um VHS que tão claro mostrava o tempo que havia transcorrido entre a rodagem da película e minha descoberta da mesma.
E aqui está a fita, primeiro alugada, depois comprada e tantas vezes revista até que, em 2006, pude substituí-la pela versão remasterizada do filme, em DVD. No entanto, ela ainda insiste em ocupar espaço entre as minhas coisas, como para me fazer lembrar sempre da influência que teve em minha vida.

Espaço parecido ocupa a Audrey Hepburn, cuja atuação perfeita não cansa de me encantar, encantamento que só fez aumentar quando li que ela, convidada alguns anos antes para fazer "Gigi" na Broadway, disse a Collette: "Desculpe-me, mas não sou atriz"... Não é apenas Audrey que está perfeita nesse filme. Ele é todo assim, resultado do esforço de, além da novata atriz que parece já ter nascido sabendo (ela tinha feito apenas umas poucas pontas em filmes europeus), de um diretor que tinha fama de perfeccionista (William Willer, com quem ela depois faria o adorável "Como roubar um milhão de dólares" - 1966) e do já consagrado Gregory Peck. E aquela trilha sonora (quem a compôs, meu Deus?), fascinante desde o princípio, quando ainda acompanha os créditos que em meu VHS apresentam Ian McLellan Hunter como roteirista, lugar suplantado, no DVD, pelo verdadeiro escritor dessa gema, Dalton Trumbo, o qual escreveu-a enquanto estava encarcerado, suspeito de colaborar com o regime comunista, lado negro da perseguição política nos Estados Unidos. Irônico o fato de toda aquela poesia brotar de um meio tão lúgubre, mas um belo exemplo de que a literatura, e ainda mais o cinema, podem construir um doce mundo de faz-de-conta que suplante a aspereza do mundo real.

Esse filme é imperdível por tantos motivos... Para aqueles que gostam de uma boa comédia, há nele uma infinidade de cenas impagáveis: a constante preocupação que tem o jornalista com sua carteira enquanto ele está ao lado da mocinha aparentemente embriagada (e na verdade, dopada por uma medicação) cuja origem ele desconhece; o modo como ele se apresenta na delegacia, quando todos vão presos; a motocicleta descontrolada nas ruas de Roma, motivo da prisão...
Para os românticos de plantão, não há história de amor mais bela do que esta que se prepara em fogo brando, entre mal-entendidos, risadas e passeios, até finalmente explodir e determinar a completa mudança das personagens: ela, uma jovenzinha que se torna mulher; ele, um jornalista maltrapilho e sem muitos escrúpulos que acaba por deixar de lado a chance de mudar de vida por aquela que ele sabe que nunca poderá ter. Há quem diga que histórias desse tipo são piegas, mas o amor não é mais ou menos isso mesmo?
"A princesa e o plebeu" é perfeito para aqueles que querem misturar risos e lágrimas. E como eu gosto de fazer isso constantemente, esse é o meu filme de sempre.

3 comentários:

As Tertulías disse...

ah... e "Amor à tarde", "Sabrina", "Guerra e Paz", "The nun's Story" (preferidíssimo!), "Cinderella em Paris", "Charada", "Paris when it Sizzles" e até "My Fair Lady"?????
Saudades de Audrey...

Anônimo disse...

Dani, este filme é perfeito!! Fiz o Download deste filme. Obras Audrey é realmente perfeitíssimo!

Dani, bjokas
Renata Fernanda

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Renata, a Audrey é uma das minhas musas - como você já deve ter percebido por aqui :D "A princesa e o plebeu" foi o primeiro filme que vi com ela...

Bjs
Dani