terça-feira, 1 de setembro de 2009

Beijos a la Garbo

Tudo começou com a Cris dizendo que estava juntando as cenas de beijo da Greta Garbo para fazer uma homenagem, já que a Greta faria aniversário dia 18 deste mês. Aí me lembrei da sequência final de "Cinema Paradiso", em que o homem amargo volta a ser menino vendo todas as cenas de beijo censuradas pelo padre da cidadezinha onde morava: herança do velho projetista que ensinou o rapazinho a amar o cinema. Então, decidi fazer uma paródia da antológica sequência usando uns beijos que a Miss Garbo dá em homens, adolescentes, mulheres e crianças. Toda a liberalidade daqueles "Good old days", apanhada com tanta graça por Cole Porter em "Anything goes" - "In olden days a glimpse os stocking/ Was looked on as something shocking,/ But now, God knows/ Anything goes" - merecia uma música igualmente animada. Escolhi a alegrinha "Kiss me", que não chega aos pés daquele alegríssimo tempo, mas dá uma ideia dele...
Na sequência, há o beijo que a Leonora Moreno de "Torrent" (primeiro papel hollywoodiano da atriz, em 1926) dá no namorado de infância, o qual tinha acabado de fugir da festa de seu casamento para passar a lua-de-mel com a ex-namorada; o beijo puro que a femme fatale de "The temptress" troca com a personagem de Ricardo Moreno (1926); o beijo proibido que a mulher casada (e que já tinha um amante) dá no rapazote de "The Kiss" (1929), sob os olhos do marido que acabava de chegar; o beijo tremendamente erótico que Marguerite Gautier dá em Armand no "A dama das camélias" (1936); o beijo russo (!) que a objetiva Ninotchka dá no conde Léon no filme homônimo (1939); o beijo homossexual que a rainha Cristina dá em sua protegida no "Rainha Cristina" (1934); o beijão que Felicitas (também casada...) dá em Leo no "Flesh and the Devil (1926); o beijo maternal da emancipada Arden Stuart em "The single standard" (1929); o beijo que a vítima de guerra desmemoriada de "As you desire me" (1932) troca com a personagem de Melvin Douglas (um dos seus mais frequentes galãs); o legendário beijo-de-boca-entreaberta que uma Felicitas dominadora dá num Leo sucumbido em "Flesh and the devil"; os beijos ambíguos que a Katrin de "The painted veil" (1934) dá na irmã mais nova, a qual estava deixando a casa depois de se casar com um brutamontes; outro beijo trocado entre os protagonistas de "Torrent"; o beijo final trocado entre a personagem de Greta e a de Clark Gable em "Susan Lenox, her fall and rise", um dos poucos filmes em que a atriz fica com o mocinho no final. Aí está minha homenagem meio brincalhona a essa atriz que é uma das minhas preferidas.
Abaixo, coloquei a maravilhosa sequência final do "Cinema Paradiso" (1988), a cena mais linda que eu já vi, com aquela música (de Ennio Morricone) que me nocauteia logo no primeiro acorde.




4 comentários:

angela disse...

Dani
Que bonita ficou sua homenagem.
Que vontade de beijar!
Que vontade de chorar!
de tão linda
beijo

As Tertulías disse...

Que maravilha!!!!!!!!!!!!!

Existe um documentário da TNT (narrado por Lauren Bacall) chamdo "Kisses". Vou copiar para voce e mandar... Oba!

Obrigado linda por toda esta dedicacao ao cinema e extenso conhecimento! Adoro Filmes, filmes, filmes...

beijo
Ricardo

Érica disse...

Hoje de manhã eu estava pensando na Garbo,na diferença que eu acho que existe entre ela e a Dietrich.
Eu sempre vejo a Greta como algo frágil,mesmo quando forte,mas não consigo lembrar de ver a mesma fragilidade na Marlene.
Vi pouquissímos filmes com elas,então posso estar errada.
Gostei do vídeo,eu vim aqui meio que esperando não encontar nenhuma atualização,e você me vem com essa de ler meus pensamentos.
Beijo

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Oi, Érica!

A Greta Garbo é tão moderna que merecia um hip hop enquanto enchia de beijos essa gente toda!
Acho que você tem razão, encontrei mais fragilidade nela que na Dietrich. Na Temptress, por exemplo, o rosto e os gestos dela negam todas as acusações que os intertítulos fazem a ela.
Obrigada por me visitar!