terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Reflexões de fim de ano sobre uma arte-indústria um tanto insatisfatória

A partir de hoje este blog passará a publicar textos de crítica cinematográfica do escritor - meu amigo - Chico Lopes, coisa que muito me honra, já que sou fã assumida desse olhar crítico que ele volta aos objetos que analisa. Seja bem-vindo, Chico!


por Chico Lopes


Neste fim de ano, amigos me mandam listas de seus filmes favoritos de 2011. Reinam aqueles títulos que os leitores já sabem quais, “A árvore da vida”, “Melancolia”, “A pele que habito”, “Cópia fiel”, “Cisne negro” etc. Não faço desse tipo de lista e me sinto meio marginalizado por não ser dado à prática, porque parece que todo mundo tem as suas. Vi muitos filmes, profissionalmente e às vezes com expectativas apaixonadas, como sempre, neste 2011. Mas nada me cutucou tão profundamente quanto fui cutucado nos anos 80 por coisas como “Blade Runner” e “Veludo azul” e nos 90 por outras tantas. Minha impressão é a de que o último grande filme que vi é mesmo de 2001, “Cidade dos sonhos”, de Lynch.
Mesmo Almodóvar me parece uma coisa já meio esgotada, em “A pele que habito”, filme de interesse (porque nada do que ele faz é desinteressante), mas com o raso (nunca me convenceu como ator, é mais um galã que outra coisa) Antonio Banderas como protagonista. Helena Anaya e Marisa Paredes, as mulheres do filme, são muito mais interessantes como atrizes e seus papéis mais sugestivos. A história é envolvente, mas termina com um furo de roteiro besta. É apenas razoável, o filme, e não merecia tantas loas como vem merecendo. Achei “A árvore da vida” uma transposição da banalidade dos filmes de família americanos, aqueles dramas que às vezes são bons e às vezes nos parecem demasiado insossos e sentimentaloides, para uma escala cósmica. Banalidade cósmica, portanto - e Malick é um sujeito presunçoso, um sub-Kubrick. “Cópia fiel” me fez ficar cansado dos filmes muito “falados” típicos do cinema rodado na França. Não suportei ver Juliette Binoche, sempre linda, e seu marido (ou não) estudioso de arte, falando sem parar. Estou cansado das afetações empoladas e áridas do “cinema de arte”, pensei. Não é bem assim, na verdade. “Melancolia”, por exemplo, pegou-me com força.
Mas a mediania chata domina. Estou com 59 anos e só mesmo quando atacado de auto-complacência extrema, me permito curtir fantasias adolescentes. Filmes cheios de “magia” e efeitos digitais, com ação frenética, me deixam menos empolgado que sonolento. A explicação: tédio. Enredos bizarros, personagens bonzinhos de um lado e malvados de outro, lutas intermináveis, cenários pasmosos, dragões, resgates espetaculares etc parecem bailar no vazio. É preciso perder todo e qualquer senso crítico para achar isso realmente mágico e envolvente. Magia calculada demais deixa de ser magia. E há algo no cinema da era digital que, paradoxalmente, sugere mais irrealidade escapista que poesia, caindo na monotonia do exagero. E como os atores andam ruins! Se os filmes são adolescentes, então, pega-se gente que talvez um dia aprenda a representar, mas, por enquanto, pura lástima...
Estarei ficando velho e blasé demais?, me pergunto. Isso me remete ao passado do cinema.


A PERDA DA INGENUIDADE

Converso com regularidade com um amigo que, quando se trata de filmes de passado, ao começar a descobrir tudo que andava saindo em DVD, ficou, tal como eu, empolgado. “Vamos ver agora cinema de verdade”, dissemos meio que em uníssono, acreditando piamente que nada foi melhor do que o cinema dos anos 30, 40 e 50 em Hollywood, com uma pequena concessão para os anos 60 e 70. Bem, tivemos sustos e mais sustos com produções horríveis ou dignas de esquecimento que nossas memórias indulgentes envolviam naquela aura de coisa maravilhosa e intocável, quase mística (também, eram apenas a mais vaga lembrança), e fomos vendo que certas estrelas e astros não sabiam representar e certos diretores eram uma empulhação e certos roteiros eram risíveis. Claro que certas coisas eram mesmo muito boas, e tanto melhor, mas já eram exceções também, pois a Nostalgia engana muito: o “filme antigo” parece vir sempre carimbado por um prestígio automático e não é assim. Basta vê-lo com os olhos de presente, que já não são mais ingênuos (mudamos muito, ora, e como não mudar?), e tudo fica relativo ou meio patético.
Todo saudosista de cinema é assim, de certo modo – quer que a qualidade de certas lembranças se perpetue menos pela qualidade indiscutível dos filmes que lhes deram origem do que por alguma razão pessoal, de fortes raízes emotivas. Saudosismo e complacência andam de mãos dadas: pelo fato de nos trazerem belas lembranças ou nos despertarem suspiros por um mundo que nunca foi daquele jeito e nem poderia ser, perdoamos filmes maus ou medíocres, ainda mais quando revivem o rosto de uma atriz amada ou uma trilha-sonora particularmente venerada. Mas, basta um pouco de lucidez e a embriaguez se desfaz. A operação de cálculo comercial, com sua chantagem emocional, seu melodrama caça-níquel, logo transparece. Ninguém que se puser a rever “Amores clandestinos”, por exemplo, poderá deixar de ver, depois de anos e anos de cinema, que Sandra Dee era bonitinha e má atriz, Troy Donahue era um ator ridículo, e que aquilo era um dramalhão comercial de Delmer Daves embalado pela música – extremamente popular naquele fim de anos 50 no Brasil – do compositor Max Steiner, autor de tantas trilhas famosas para Hollywood. Pior ainda, no filme, era o casal dos pais dos jovens lindinhos, Richard Egan e Dorothy McGuire. As bancas andam cheias de DVDs desse tipo, afora musicais esquecidos e outros itens embolorados.
Thomas Mann dizia, em “Morte em Veneza”, que “o anseio é produto de um conhecimento falho”. Verdade: basta que se as conheça precisamente, e as coisas perdem facilmente seu ar fantástico e encantador. No caso da Nostalgia no cinema, o anseio é derivado de visões parciais, fragmentadas, de deslumbramentos não claramente compreendidos quando aconteceram, e os filmes são mesmo assim – as emoções que produzem não podem ser dissociadas de estados de espírito datados, coisas que sentimos em certas épocas e que são irrecuperáveis. A ingenuidade morre, e de modo irreversível.
Com os olhos abertos e a carga infalível da experiência, fazemos a viagem retrospectiva ao adquirir o DVD este ou aquele, e não é mais aquilo de modo algum. Outro dia, encontrei numa banca um senhor de seus 60 e tantos anos que me jurava que havia determinada cena num faroeste de James Stewart, dos dirigidos por Anthony Mann, que ele venerava e que ele o comprara por isso. Daí viu que o filme não tinha tal cena, e ficou irritado, mas era possível que houvesse se confundido, que o filme fosse outro, e títulos na cabeça de espectadores comuns, bem como atores (nem se fale de diretores) se perdem e confundem. Tais confusões são comuns, e ainda mais porque a Nostalgia é um apelo especialmente para pessoas que já começam a fenecer e ver os dados da memória se embaralharem. No caso dele, não queria, teimoso, renunciar ao seu ponto de vista. O filme tinha que ter aquela cena, ponto final, e ela devia ter sido cortada na edição do DVD – não era ele que estava errado de modo algum. Também reclamou que o filme não era tão bom como lembrava, mas, quando lhe perguntei quando o tinha visto, disse que lá com uns vagos 15 anos. “O senhor mudou muito desde então, não é mesmo?”, disse, brincando. Pareceu perplexo. Não havia pensado nisso – que entre sua visão de adolescente e sua visão atual, de sexagenário, haveria no mínimo um abismo a levar em conta. Nada permanece intacto, nós mudamos, mas como é difícil para certas pessoas admitir essa coisa tão óbvia, no terreno das emoções! Imaginamos sempre que certos tesouros têm o dom da eternidade, não os percebemos condicionados ao tempo como são. Deliramos, mas ai de quem duvidar da validade do nosso delírio...
Fiz duas dessas viagens, recentemente, a dois mitos de cinema que aprendi a amar muito depois dos tempos em que já eram artigos fanados: Marlene Dietrich e Vivien Leigh. Nasci em 1952 e comecei a ver filmes ainda garoto, no início dos anos 60, e, na época, Marlene Dietrich e Vivien Leigh eram nomes célebres de gerações bem passadas. Faziam ainda cinema, mas como autênticas grandes damas envelhecidas e respeitáveis em produções esparsas, e de Leigh ainda vi, sem entender nada, o filme em que ela era uma senhora madura e decadente convivendo com Warren Beatty bem jovem em “Em Roma, na primavera”. Quando vi Marlene pela primeira vez, foi em alguma reprise do “Testemunha de acusação”, filme em que já estava madura, não era mais a estrela ímpar dos anos 30 (mas, dirigida por Billy Wilder, tinha uma boa interpretação).
Dei azar: peguei para ver “Marrocos”, o mítico “Marrocos” de 1930 com que Marlene pisou em Hollywood, dirigida por Joseph Von Sternberg, que já a tinha lançado no sucesso internacional de “O anjo azul”. Se não houvesse ficado tão irritado com a tremenda afetação e o ritmo morto da produção, talvez houvesse dado grandes risadas, tal o ridículo da história e das interpretações. O filme é de um tempo em que o cinema falado era ainda uma novidade e os diálogos têm entre si intervalos em que os atores ficam olhando uns para os outros por tempo longo demais, não há ritmo ágil e as réplicas não surgem com a enxutez com que nos acostumamos, são preenchidos com um langor abestalhado, porque vazio de significado. Bons atores talvez houvessem superado isso, mas Marlene não se preocupava em ser uma atriz, era uma estrela, uma escrava de “atitudes” e figurinos, e Von Sternberg abusou dessa sua condição de manequim peixe-morto e insolente por muito tempo.
Ela faz uma cantora, Amy Jolly, que chega a Marrocos com um passado obscuro, sobre o qual se pode especular, e se apaixona por um soldado da Legião Estrangeira que a aplaude num show de um cabaré decadente. Tudo é mero pretexto para Von Sternberg exercitar sua paixão pela fotografia (de Lee Garmes) e é de uma frivolidade estúpida, com Gary Cooper jovem, bonito e boçal parecendo mais objeto sexual do que Marlene, visto que é adorado por todas as mulheres que circulam pelo filme. Marlene, o que faz? Andrógina, vestida de paletó e gravata, dá um beijo numa mulher do público, tira uma rosa que estava com esta e a joga para o legionário Cooper. Por isso, o filme é considerado o máximo em ousadia, e acho que ninguém nem prestou atenção ao resto. Que, por exemplo, a paixão que ela tem pelo legionário é um primor de masoquismo e submissão, e no final ela até tira seus sapatos de salto para segui-lo, junto com mulheres árabes que seguem seus bravos guerreiros machões, pelo deserto. Se ele vai prestar atenção ou não a ela, parece pouco importar: é o supremo sedutor cafajeste, o homem, o dono da jogada, e a ela cabe se submeter com total cegueira e idolatria, é “apenas uma mulher”, ora. Tudo isso é assistido por um pintor milionário (Adolphe Menjou) que não tem aparentemente o que fazer e passeia pelo mundo e está em Marrocos não se sabe por que, e se apaixonou tanto por ela (ou teria sido por Cooper?) que incentiva todas essas atitudes, com a generosidade absurda do corno mais manso e inverossímil que já existiu na tela. O filme é lixo glamouroso, como a maior parte do que Marlene fez com Von Sternberg, e, a meu ver, há uma condescendência grande demais com esse tipo de produto até hoje. Marlene, com aquela beleza, claro que era objeto de culto, mas parecia encarar sua carreira de atriz como um apêndice de sua condição de estrela e nada mais.


Vivien Leigh, que era essa coisa rara – uma estrela lindíssima e uma atriz de alto talento – é outra história. Há algo de verdadeiramente trágico na vida dessa mulher, cuja beleza nos arrepia mesmo quando os filmes são melodramas absurdamente rançosos como “A ponte de Waterloo”, em que faz uma bailarina que, por passar fome na guerra, acreditando que o seu homem (Robert Taylor) morreu em combate (segundo o que lê num jornal que dá as baixas militares), vira prostituta, e um dia, quando ele volta, acha-se tão indigna dele que se joga sob caminhões bélicos. Era um desperdício colocá-la em filmes assim, mas Vivien era mesmo de um talento miraculoso e sobrevivia até a esse lixo sentimental todo. Teve uma carreira cinematográfica confusa devido à sua obsessão pelo teatro e por Laurence Olivier e fez filmes duvidosos em que só ela acabava valendo. É o caso de sua “Ana Karenina”, dirigido por Julien Duvivier em 1948, que só vi agora, depois de conhecer a mitológica feita por Greta Garbo em 1935 e uma mais recente (1997) feita pela atriz Sophie Marceau. A heroína de Tolstoi é perfeita para Vivien, mas o filme é muito morto e adapta o escritor de modo convencional, reverente e apagado. A versão existente no mercado, ao menos a que me chegou às mãos, está péssima em som e imagem, uma mutilação da fotografia de Henri Alekan. É, aliás, outro dos riscos desse mercado de DVDs clássicos que se instalou nas bancas: desconfiar da qualidade é preciso, porque todos vêm lacrados e não raro guardam defeitos revoltantes.


RECICLAGENS E RAPINAS

Acredito que, com os VHS e DVDs, tendo acesso a todo o passado cinematográfico, fomos aprendendo todos, cinéfilos ou críticos, a amar um cinema que não foi em absoluto o da nossa geração, nosso tempo, que nos chegou embalado no prestígio de eras recobertas por boa quantidade de “nobreza de antiquário” ou bolor. Os brilharecos do passado nos ofuscaram. Aumentaram a nossa cultura cinematográfica, mas também nos tornaram mais indulgentes e acomodados e às vezes até mesmo cegos. Os anos 60 foram violentamente desmistificadores, e os 70 fizeram também de suas misérias com os mitos românticos e os heroísmos e as hipocrisias do passado hollywoodiano, mas, quase como numa reação compensadora, meio que ressentida e vingativa, os 80 foram muito reverentes na reciclagem das velhas formas de fazer cinema, e aí a Nostalgia se instalou comodamente – foram revividos os policiais noir (“Corpos ardentes”, “Chinatown”), as aventuras de seriado (“Indiana Jones”) e toda a limitação dos filmes de gênero com o artificialismo das poses e estereótipos clássicos – o que pareceu atingir o ápice com o “néon-realismo” de Francis Ford Coppola em “Do fundo do coração”. De repente, referindo-se ao Cinema, exibindo-se repletos de citações e preciosismos saudosistas, os filmes ficavam como que eximidos de crítica, e o que houve foi, sob muitos aspectos, um passo para trás. Os 90, mais violentos, paródicos e cínicos, foram apenas reforçando defeitos de uma indústria cada vez mais predadora e cada vez menos preocupada com disfarçar sua cupidez e falta de qualidade, e aí já nem mais importava a reciclagem dos mitos e velhas formas. Desde então, os buracos terríveis da indústria só fizeram aumentar e o vale-tudo, contanto que dando lucro, começou a ficar insano.
Pauline Kael, a maior crítica de cinema que os EUA já tiveram, deixou de fazer crítica nos anos 80, não aguentava mais. Não sei o que pensaria, se viva estivesse, e ainda ativa. Como teria reagido a coisas como Adam Sandler, Mike Myers, Steven Seagal, Vin Diesel etc etc etc? O que é que estaria achando bom, hoje em dia?
Em todo caso, é dela o livro que recomendo para os que quiserem entender os mecanismos da indústria e como o cinema, mesmo o melhor cinema nostálgico, foi parar no cemitério da televisão ou se degenerou na mão de produtores cujo máximo interesse é o lucro óbvio e que fazem tudo para que o público fique à sua mercê. Com todo o aparato publicitário que está à sua disposição, esmagador, a verdade é que vencem a batalha, porque a publicidade é a grande sedutora de nossa época e quem acha que o público em geral está disposto a ser crítico se engana redondamente. Uma coisa empurrada à força, formulaica, pobre, estúpida, como a maioria dos filmes no momento é, pode ser um grande sucesso ou será um sucesso médio, mas ignorada não será. A estupidez dita as regras, o comércio descarado encontra receptividade no público e vai prosseguindo, que ninguém se iluda. Kael viu isso no fundamental “Criando Kane”, que saiu no Brasil pela Record. Todos nós precisamos ler e reler este livro.

17 comentários:

Maxwell Soares disse...

Excelente blogger, professora. Esse, sim, é um excelente espaço para conhecer mais sobre o cinema e a cultura de uma forma geral. Esse Chico é, realmente, grande. Ah, e você, também. Um abraço. Seguindo...

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Fico feliz que tenha gostado, Maxwell! O texto do Chico é excelente. Fiquei muito contente de publicá-lo aqui.

Bjs e muito obrigada pelas palavras. Vou encaminhá-las ao Chico também!
Dani

Fernanda disse...

Excelente Resenha, Dani. A leitura é prazerosa, rica em conhecimento e através dela,tive uma dimensão ainda maior do cinema e da cultura.
Vc e o Chico são realmente talentosíssimos e escrevem muitíssimo bem! Excelente!

Abraços!

As Tertulías disse...

Querida, antes de tudo:

vou ler a resenha de Chico Lopes depois, OK??? Prometo... estou numa correria...

Por favor, veja este link

http://poohtiger-allgoodthings.blogspot.com/2012/01/pursuit-of-love-1950-starring-cary.html

sensacional!!!!!!! Acho que vou comecar com uma espécie de "jogo" aqui nas Tertúlias... só que em grupo... o que achas da idéia de escrever-mos juntos um roteiro imaginário??? Por exemplo voce, Carla, Antonio e eu???

Nao seria uma "idéia"???

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Obrigada, Renata, pelas palavras carinhosas. Você é que é uma graça de pessoa!

Ricardo, meu amigo, sua proposta é tentadora, mas a coisa está tão complicada por aqui... Estou numa fase puxada da pesquisa, e tendo pouco tempo de passar pelo blog. Mas vou gostar demais de ler o que vocês escreverem! Li o texto do link que você me mandou e ele pareceu bem divertido, mas muito convencional. Precisam sacudir aí, hein, tirar esses astros dos rótulos que eles defenderam em Hollywood, botá-los em coisas mais ousadas. :D

Bjs, e leia sim o texto do Chico!
Dani

Faroeste disse...

Bons posicionamentos tem nosso editor Lopes, além de uma escrita gostosa, que devoramos e ficamos com pena quando termina.
Chico; perfeito quando fala sobre o Bandeira, a Sandra e o Dobahue, dentre muitos outros do passado e MUITOS do presente.Perfeito o colunista. Péssimos interpretes, assim como ver um filme com 15 anos é uma coisa e com ver o mesmo filme aos sessenta, é muito diferente. Raramente bate a certeza do que vimos e gostamos. Normalmente a decepção é enorme e, também normalmente, jamais paramos para asssociar o porque daquela fita não ser tão boa como imaginávamos.
É um fato corriqueiro e que aconteceu várias vezes comigo. Tenho 67 e meus olhos são outros, minha mentalidade é outra, meu caráter tem formação, coisa que não ocorria aos 15, que era quando ele se formava, quando tudo começava a se formar.
Muito boa sua escrita e vou ficar ligado em tudo o que escrever, pois é muito bom ler o que nos dá prazer.
jurandir_lima@bol.com.br

ANTONIO NAHUD disse...

Ótimo texto, Chico. Como sempre, lúcido e inteligente. Parabéns, Dani!

O Falcão Maltês

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Jurandir, Antonio, obrigada pelos comentários. Estou encaminhando tudo para o Chico!

Bjs
Dani

João de Deus "Netto" disse...

Para o "cinemão", um grande blog! Um telão repleto de imagens e textos da melhor qualidade, do jeito que a 7ªArte merece.

João de Deus Netto - blog CinemaScope

J. BRUNO disse...

A lucidez que Antonio observou no texto do Chico chegou a me incomodar em determinados momentos, confesso que achei a visão dele acerca do cinema atual um tanto amarga e pessimista demais... Cada um de seus comentários explicitam sua inteligência e seu conhecimento sobre o cinema, no entanto senti que falta no mesmo um pouco de paixão, paixão esta que por vezes nos tira a lucidez e permite que nos entreguemos sem tantas ressalvas às obras que assistimos... Penso que a análise excessivamente racional tenha prejudicado a apreciação de algumas destas obras...

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Bruno, obrigada pelo feedback! Estou encaminhando seu comentário pro Chico.

Até mais!
Dani

Anônimo disse...

gostei muito de arvore da vida, muito mesmo. repetição? certamente! e não acho que vc esteja ficando velho, talves esteja saturado de ver filmes. talvez um jejum fizesse bem! fiz isso a alguns anos e só depois disso comecei a curtir musica classica.sou de 53. abs.

ANTONIO NAHUD disse...

Dani, enviarei o livro amanhã. Sem falta. Estou sentindo falta dos seus comentários no blog. Agora parece ser a hora e a vez de Edison e Ricardo... rs... Mas tudo bem, vou continuar aparecendo.
Beijos

O Falcão Maltês

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Que legal, Antonio! Manda logo que puder, sim, que estou cheia de curiosidade de lê-lo!

Colega anônimo, obrigada pela visita!

Abss e até logo.
Dani

Edison Eduarddo disse...

Oi, Dani... O Chico tá coberto de razão... Fenomenal! Mas será que adianta tentar fazer a nova 'vampírica' geração enxergar isso que ele expõe??? Eles estão cegos!

Ai, Marrocos... Vc baixou e não vimos... Lembro de vc falando: "Relaxa, que vai dar tempo!" Ehehehe...

Um bjão! Mande um abraço pro Chico... Qdo terá outro texto dele? Já sabem???

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Oi, Edison!

Pois é, acho que essa geração "vampírica" não chegaria nem no segundo parágrafo do texto do Chico, por pura preguiça de ler um texto bem fundamentado por inteiro... Quanto mais entender e pensar sobre o que ele diz.

Mas não reclama que não vimos Marrocos - essa foi a única coisa que não tivemos tempo de fazer! E, segundo o Chico, não perdemos muita coisa... E o próximo texto dele sai esse mês - podeixar que eu aviso lá no blog!

Bjs
Dani

Anônimo disse...

Nossah! Estava lendo uns reviews sobre o novo "Anna Karenina" (Joe Wright, com Keira Knightley) quando peguei a Google Highway e vim parar aqui neste blog MA-RAH vilhooosissimo *!* Nossa, que deleite visual, que beleza de conteudo, que joia rara. Fascinio! Tudo nesta postagem sobre a deslumbrante Vivian Leigh muito bem lembrado. O ultimo trabalho que assisti com ela foi "Streetcar..." em tela grande numa mostragem de festival la´ no ArchLight Hollywood (por que nao existem cinemas assim aqui no Brasil?...*sigh*). Uma dica: os boxsets dos proprios estudios podem ser adquiridos pelo Ebay e/ou Amazon e tem as melhores copias de filmes classicos que alguem possa encontrar. Se alguem estiver indo a Los Angeles nao deixe de passar pela loja Amoeba (na Sunset com Ivar_incidentalmente a meio quarteirao do ArcLight theater), loja de cds e dvds novos e usados com um acervo de cair o queixo. Tambem gostaria de indicar, para todos voces cinefilos de carteirinha o livro "Conversations With The Great Moviemakers of Hollywood´s Golden Age at the american film institute" by George Stevens Jr. Ele lancou livro companion este ano com palestras de profissionais do cinema da decada de 50 ate o presente. Mas tem que ler o "golden age" primeiro, para uma dissecacao mais cronologica da materia em pauta nas palestras. Uma delicia de se ler! Ah... Vivian Leigh...*swoon* Parabens pelo grande trabalho neste blog; tomara que voce possa reingressar aqui logo! Saudacoes de Petropolis RJ, Luna.