segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O ano cinematográfico de 2011 em revista

Em 2011, continuei a lista de filmes vistos no cinema que criei a partir de 2010. Revejo-a agora para preparar mais um daqueles famigerados (e abundantes) balanços cinematográficos do ano que passou. Não há aqui nenhum diferencial dos demais levantamentos de melhores e piores: será igualmente subjetivo e baseado nas coisas que a pesquisadora atarantada aqui teve tempo e possibilidade de ver; e também será vago, fruto da tentativa de inserir muita coisa no espaço de um post. Para facilitar o trabalho, à medida que eu revisava a lista, ia dividindo os filmes em categorias paridas às pressas. Serão elas que determinarão o correr das linhas daqui em diante:

Os norte-americanos

O cinema norte-americano atual é tão óbvio que tira toda a graça do crítico. Divide-se quase que globalmente em: filmes para concorrer ao Oscar/ filmes para fazer dinheiro. A segunda categoria domina o mercado gerando coisas abaixo da crítica, portanto, deixemo-las descansarem em paz. A primeira dá um pouco mais de pano pra manga:

Os oscarizados (e os indicados)

Reencontrando a Felicidade

Não é preciso teorizar muito sobre o valor simbólico da premiação e da automática chancela de qualidade que carimba seus escolhidos. Às vezes a escolha é justíssima. Na maioria delas, no entanto, são premiados filmes bem-feitos, porém, convencionais. Se em alguns momentos o prêmio tem o aplaudível poder de fazer circular globalmente um filme estrangeiro que, caso contrário, bem possivelmente estaria restrito a nível local, ele serve sobretudo para a indústria de cinema norte-americano chamar atenção sobre si, elevar-se como produtora de obras de valor, quando na verdade não passa de um mercado de banalidades com raros sopros criativos.
Neste ano não foi diferente. Dois filmes convencionais ganharam os prêmios principais da Academia: “O Discurso do Rei” ("The King's Speech", Hooper, 2010) e “Em um mundo melhor”. O primeiro é um filme simpático: a história de superação do Rei George VI, da Inglaterra, é contata por um Colin Firth correto, porém, bem distante de seu desempenho brilhante em “Direito de Amar” (2009). Mas o ano produziu obras mais substanciais. Compuseram a lista dos indicados “Reencontrando a felicidade” (“Rabbit Hole”, Mitchell, 2010), “127 horas” (“127 hours”, Boyle, 2010), “A Rede Social” (“The Social Network”, Fincher, 2010), “Inverno da alma” (“Winter’s Bone”, Granik, 2010), todos filmes provocadores: a mãe (uma Nicole Kidman impecável) que perde o filho pequeno e está sempre às voltas com seu assassino involuntário, ambos ruminando culpas e acusações e tentando se reencontrar depois da tragédia; o homem que precisa se mutilar para escapar da cilada impingida pelo seu espírito aventureiro; os gênios da era digital, gente muito nova que tem o mundo de hoje nas mãos; a jovem sulista que toma a família nos ombros e altivamente sai em busca do pai, traficante desaparecido que vendera a casa da família. Sem contar “Bravura indômita” ("True Grit", Cohen, Cohen, 2010), diversão pura e da melhor qualidade, imprimindo na tela grande um western das antigas, luminosa homenagem dos irmãos Cohen ao que de melhor nos deu Jonh Wayne. À homenagem à sétima arte, à profundidade dos dramas humanos, à reflexão sobre os caminhos da tecnologia a Academia preferiu uma patriotada – uma patriotada bem-feita, mas que só será lembrada (por mim, pelo menos) como o abre-alas para a novela do casamento real de William e Kate, a maçada do ano.
No que toca aos estrangeiros, infelizmente só vi “Biutiful” e “Incêndios”, mas qualquer um dos dois ganha do premiado, o dinamarquês/sueco “Em um mundo melhor”, que tem o poder de entremear duas narrativas igualmente medíocres, dialogando entre si de forma artificial, e não deixam qualquer chavão passar batido: o menino que sofre de bullying, revoltado pela mãe que morreu de câncer, e o do médico bonzinho que lida com sanguinários (ultracaricatos) líderes africanos. Enfim, as desgraças da mídia são enfileiradas na película, pasteurizadas para alimentarem o paladar pouco treinado do público comum.


Os pretensiosos

Outro subgênero importante do cinema dos EUA é composto por filmes que se querem grandes, porém, apenas conseguem serem-no no que toca à duração, aos gastos, enfim, à pretensão. Minha lista de pretensiosos do ano é composta pelo sensaborão “Um lugar qualquer” (Somewhere, 2011, Sofia Coppola), filme que rompe com a narrativa estereotipada de Hollywood, mas não consegue ganho nenhum com isso: arrasta-se como se estivesse solto ao sabor do vento, perdido entre imagens banalíssimas de refeições sendo preparadas, dançarinas bailando números musicais inteiros, inúmeras viagens de carro - elementos que somados nos levam a nowhere, com o perdão pelo trocadilho... Segue a banda o “Cisne Negro” ("Black Swan", Aronofsky, 2010) e “Meia-noite em Paris” ("Midnight in Paris", Allen, 2010), ambos louvados pela crítica oficial mas desancados – com argumentos, bem entendido – por essa que vos fala, pobre resenhista que chegou até a ser agredida verbalmente porque, ooohhh!, cometeu a heresia de dizer que Woody Allen fazia, em seu filme, uma cópia piorada de si mesmo. O quarto filme a receber tratamento análogo aqui será “A árvore da vida” (“The tree of live”, Mallick, 2011), que merece o pódio da categoria.

Este merece uma leitura um pouco mais detida – mas nem tanto, pois espero ansiosamente pela resenha de meu amigo Chico Lopes, que consegue como ninguém ser num só tempo inteligente, irônico e divertido. Especialmente porque o filme já arrebanhou a Palma de Ouro em Cannes, prêmio respeitável.
Se “A árvore da vida” é competente numa coisa, é no marketing. Um diretor recluso e bissexto é coisa tão surpreendente nessa nossa era de ultraexposição na mídia que só isso já vale um prêmio. Junte artistas famosos (o confiável Sean Pen e o galã-quarentão-ainda-com-estofo-pra-fazer-bilheteria Brad Pitt), tecnologia de ponta e um texto cifrado, pseudo-intelectualizante. Uma amiga minha definiu lindamente o filme: duas horas e meia de apresentação da proteção de tela do Windows. Isso quase que encerra a questão. Basta apenas dizer que esse desfile de imagens bonitas empacota a história pouco convicente de uma família do sul dos Estados Unidos do início dos anos 50. Mas a pretensão é imensa: nestes 5 indivíduos (a estória tem laivos autobiográficos, como não podia deixar de ser) o diretor/escritor pretende fazer emergir a história do cosmos: do caos ao big bang, as águas vivas e os dinossauros, e um marido machão que agride a esposa e tolhe os filhos. Diga-se de passagem, é muito egocentrismo do Sr. Mallick pretender que seu mundinho familiar (circunscrito a um grupo branco, de classe média, dos Estados Unidos do pós-guerra) tenha estofo para gerar tal reflexão metafísica. Se ele estivesse me ouvindo eu lhe indicaria sessões de análise para que, livrando-se do pai castrador, ele nos livrasse de projetos como esse. Mas como ele não está, mudemos de assunto.


Os bons, longe dos Estados Unidos

Porque vi poucos filmes americanos, meu ano cinematográfico foi muito bom. Da Argentina nos chegou “Abutres” (“Carancho”, Trapero, 2010), “Um conto chinês” (“Um cuento chino”, Borensztein, 2011), ambos com o excelente Ricardo Darín, que para nossa sorte trabalha com bastante regularidade. Ambos valem a pena: o primeiro porque trata com agudez do funcionamento da indústria argentina de pagamentos de seguros de trânsito, com toda a corrupção que a envolve; e especialmente o segundo, uma comédia extremamente bem encenada, de ditos espirituosos e situações cômicas bem fundadas, mas que não deixa de lado o aprofundamento dos caracteres e o choque de ideias – choque gerado pela aproximação de duas culturas bem diferentes, unidas definitivamente por uma insólita vaca que despenca do céu (o tal “conto chinês” do título). Outro altamente recomendável é “O homem ao lado” (El hombre de al lado, Cohn, Duprat, 2009), tragicomédia que tematiza com louvável seriedade a relação entre visinhos – e, mais amplamente, a relação com o outro.
Da Coreia do Sul chegou aqui no interior “Poesia” (“Shi, Chang-dong-Lee, 2010) bela história da velhinha que, já corroída pelo Alzheimer, começa a enxergar a vida com olhos de poeta – resultado das aulas de poesia que começa a tomar. Do Peru, “Contracorrente” (“Contracorriente”, 2009, Fuentes-León), delicada leitura do homossexualismo numa aldeia de pescadores peruana. Dos que ainda podem ser pegos na tela grande, valem a pena os dois franceses “A chave de Sarah(“Elle s’appelait Sarah”, Paquet-Brenner, 2010) e “O garoto da bicicleta” (“Le gamin au velo”, Dardene, Dardene, 2011), premiado em Cannes com o Grand Prize. O primeiro não consegue um efeito cinematográfico tão eficiente ao entremear a odisseia de Sarah – judia enviada com os pais a um campo de concentração alemão, pelas mãos do próprio exército francês, e que dele foge para tentar salvar o irmão que ficou para trás – e a de Julia, jornalista que, ao escrever sobre o Holocausto, descobre que a família do marido esteve ligada intimamente à tragédia da menina judia; e precisa lidar com todos os problemas familiares decorrentes da descoberta. Porém, ele vale sobretudo pela ótima Kristin Scott Thomas, na pele de Julia. O segundo já atinge com maestria a unidade entre forma e tema: conta sem rebuços a história de um garoto revoltado, interno de um orfanato, e seu périplo para resgatar a manter a bicicleta – e a integridade moral e física – numa cidade hostil. A câmera toma o mundo pelos olhos do protagonista, provocando a identificação rápida do leitor com o menino meio vadio e meio perdido, porém, acima de tudo uma criança que ainda tem muito a conhecer da vida. Mesmo aproveitando-se da subjetiva direta, a narrativa não deixa de ampliar o escopo, pintando, além do menino, o mundo que o rodeia – mundo cujas ambiguidades ele ajuda a construir.
E do Brasil, em meio ao lixo industrial brotaram os bons “Capitães da areia” (Amado, Gonçalves, 2011), dirigido com alguma irregularidade mas bonita reverência pela obra de Jorge Amado – e a diretora, neta do autor, consegue numas cenas da obra resultados mais interessantes que os alcançados no livro; “Amanhã nunca mais” (Jungle, 2011), em que sensacionais Lázaro Ramos e Maria Luisa Mendonça ousam num filme divertido e denso, diferente das coisas que se produzem no país; e “O Palhaço” (Selton Mello, 2011), com espantoso sucesso de público, considerando-se às meias tintas da produção, homenagem singela ao mundo do circo.


Os melhores

De minha lista de melhores fazem parte os norte-americanos “Além da vida” (“Hereafter”, Eastwood, 2010) e “Melancolia” (Melancholia, Von Trier, 2011). O primeiro surpreendente pelo modo como amarra as histórias de duas vidas marcadas pela tragédia à história do homem que tem poderes espirituais. Além da direção acima de qualquer suspeita de Clint Eastwood, que me atrai por atingir a dimensão poética das coisas que tematiza, o filme vale por Matt Damon (cada vez melhor), no papel do vidente, e de Cécile de France, como a moça que escapa com vida da histórica tsunami da Tailândia.

"Melancolia" eu achei maravilhoso do princípio ao fim e nos mínimos detalhes: na escolha da linguagem cinematográfica usada: o uso competente da câmera para detalhar os estados de espírito da protagonista e de sua irmã; o modo como a apaixonada e torturada partitura de “Tristão e Isolda” molda-se ao tema, pintando com grandiosidade a entrega passional à inação, inerente à melancolia; nas atuações irrepreensíveis de Charlotte Gainsbourg e Kristen Dunst – esta última está perfeita e merece com louvor o prêmio de melhor atriz que Cannes lhe deu (e eu que a imaginava talhada apenas para representar a noivinha boboca do Homem Aranha...).Adicionar imagemDa Itália saiu a comédia “O primeiro que disse” (“Mine Vaganti”, Ozpetek, 2010): linda (e não falo apenas dos lindíssimos protagonistas), tocante, divertida, bem italiana. Da Espanha, o impressionante “A pele que habito” (“La piel que habito”, Almodóvar, 2011), as pazes de Almodóvar com o grande cinema e de Antonio Bandeiras, com os grandes protagonistas. Flertando com o cinema de horror e com os avanços no campo da medicina – campos que parecem cada vez mais aproximados – o diretor levantou e desdobrou, com sangue frio, questões pungentes: quais são os limites da medicina? onde se concentra a identidade do sujeito?
Da Rússia/França, “O Concerto” (Le Concert, Mihaileanu, 2009), história do maestro que, metido num imbróglio político no passado, apenas reassume sua função depois de se juntar aos músicos seus amigos – um bando de russos bem russos, gritões, beberrões e intensos (e eu ressalto os estereótipos com todo o respeito, porque eles são usados nesses filmes com uma sinceridade comovente). O filme traz uma visão arrebatadamente romântica da arte, ainda mais cabível considerando-se o tour de force do grupo na execução de Tchaikovsky, o grande compositor romântico russo.

Da França ainda saiu o instigante “Cópia Fiel” (“Copie conforme”, Kiarostami, 2010), exercício filosófico e cinematográfico de respeito; “Homens e Deuses” (“Des hommes et des dieux”, Beauvois, 2010), brilhante lição de como o respeito entre os homens e o amor ao próximo extrapola os limites das religiões; “Gainsbourg, o homem que amava as mulheres” (“Gainsbourg, vie héroique”, Sfar, 2010), comovente (e original) documentário sobre o músico francês; “Potiche: a esposa troféu”, com a minha agora querida Catherine Deneuve, que me levou à Paris e me fez lá reencontrá-la no gracioso drama musical “Les biens aimés” – filme em que ela novamente canta, desta vez com a filha.
E do Brasil saiu o ótimo “Não se preocupe, nada vai dar certo” (“Carvana”, 2011), em que Tarcísio Meira dá um show na pele do artista canastrão e trambiqueiro, numa trama que acompanha-lhe o ritmo: também ela exagerada, colorida e irresistivelmente absurda.

*
O ano de 2011 nos reserva surpresas. De minha parte, espero ansiosamente pela montagem cinematográfica de “Deus da carnificina”, protagonizado pelas grandes Kate Winslet e Jodie Foster; e por “O Artista” (Hazanavicius, 2011), filme francês em branco e preto e silencioso cujo trailer prova cabalmente que, nesses tempos em que a tecnologia engole o produto, nada melhor do que se voltar às origens para se salvar à arte.


26 comentários:

Anônimo disse...

Passei por aqui e gostei dos comentários. Neste ano, falhei em alguns quesitos e me faltaram ver muitos filmes (estive mergulhado demais na literatura e lançamentos do meu livro), mas acho que concordaria com você em tudo. Re, re, e a banalidade cósmica do Àrvore da Vida, hem? E a mediania pretensioa de Meia-Noite em Paris? Estamos de acordo. Beijos e um lindo 2012. (Chico Lopes)

Alexandre Piccolo disse...

Pra mim, Melancolia está entre os piores filmes a q já assisti - achei legal notar como essas impressões variam...
De resto, ótima retrospectiva.
bj

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Chico, Alexandre, obrigada pelos comentários!

Alexandre, você por aqui?! Sério que não gostou de Melancolia? Achei-o tão bonito... E da Árvore da Vida, o que achou? Preciso falar contigo; vou te mandar uma mensagem.

Chico, estamos afinados, hein! Quando conversamos lá em Sampa, eu te disse que você acharia A árvore da vida uma chatura. E ainda espero seu texto sobre a "Banalidade Cósmica", que vai ter estofo pra se igualar àquele a respeito de Meia-noite em Paris.

Bjs
Dani

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Segue o e-mail que meu amigo Chico Lopes acabou de me mandar, publicado com a devida autorização dele :

Dani:

Passei por lá. Sabe que não vi uma grande parte daqueles filmes? Fiquei devendo neste ano, que foi tumultuado pelos afazeres literários, mas vi "A pele que habito" e alguns outros.
Agora, no geral, tenho certeza que tua escolha foi ótima, e o meu recadinho incluiu a famosa "banalidade cósmica" do filme do Malick (re re), que eu peguei em DVD e achei um pé no saco, uma agonia. E "Melancolia" me impressionou muito, tanto que vou rever.
Também achei que o Firth tava muito melhor como aquele homossexual sofrido de "O direito de amar" que como rei gago, um filme sentimentalóide e edificante bem ao gosto da Academia.
Pra mim, o filme do ano foi "Bravura indômita", achei maravilhoso, um faroestaço revivendo o gênero...Gostei do filme do Almodóvar (nunca desgosto das coisas dele), mas o achei um pouco prejudicado pelo final - como é que um vilão monstruoso daquele jeito foi tão ingênuo que não percebeu que sua vítima, o Vicente transformado em mulher e possuído (a) por ele, estava querendo se vingar? Não te parece um furo psicológico? Me pareceu inclusive que a morte foi banal, por um tiro. Poderia ter sido mais elaborado.
Mas fiquei apaixonado pela Elena Anaya. E me deleitei com Marisa Paredes, que eu adoro.
E olhe só a lcauna: não vi os dois argentinos que você citou. Vi só o "Abutres", que me deprimiu, pelo excesso de violência (eu não aguento mais violência no cinema, mesmo que o diretor tenha arte).

Abraços

Chico Lopes

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Chico, eu tinha a impressão de que você ia achar bem isso de "A árvore da vida". Agora, espero ansiosamente sua resenha dele!

Concordo sobre o sangue desmedido de "Abutres" (agora, veja "Um conto chinês" pois ele vale muito a pena!), que se fosse um pouco enxugado não prejudicaria a história (antes, a ajudaria); e sobre Melancolia, Direito de Amar, Bravura Indômita (que é sem dúvida um dos grandes do ano e em nada desonraria o Oscar se fosse premiado).

Sobre "A Pele que Habito", fiquei tão impressionada quando o vi que nem pensei nesse furo do roteiro. Talvez nem o seja, e isso explore a questão da identidade posta no filme: o médico louco, na sua sede de construir um duplo perfeito da esposa, pode ter imaginado que foi bem sucedido ao ver o rapaz tornado mulher aparentemente apaixonado por ele. Também não me incomodei com a morte por tiro. Na verdade, achei o filme ótimo e não o esqueci por um bom tempo. E, como você, também fiquei encantada com a Elena Anaya - depois minha orientadora me lembrou que a moça é uma das mulheres em coma de "Fale com Ela".

Bjs e obrigada pelo feedback!

J. BRUNO disse...

Danielle acho que nossas discordâncias continuam, rsrsr, eu gostei muito de Cisne Negro e de A Árvore da Vida. Foram dois filmes que mexeram muito comigo e que me levaram a ótimas reflexões... No caso do filme de Terrence Malick, o efeito foi potencializado pelo momento que eu estava vivendo, estive imerso em reflexões parecidas, com aquela feita pelo filme, já havia algum tempo, então minha opinião sobre ele é mais pessoal e sendo assim, mais difícil de explicar... Cisne Negro eu já devo ter assistido umas quatro vezes desde que o vi no cinema, sua temática não é nova, mas a considero atual e de extrema relevância, gostei da forma com que ele dialoga com "Pi" e com "O Lutador"...

"Além da Vida" me decepcionou em alguns aspectos, esperava mais da trama, que chega a ser bem clichê em alguns momentos, acho que o filme foi salvo pelas atuações e pela direção precisa de Clint Eastwood, pois a história não me cativou nm um pouco...

J. BRUNO disse...

Estava lendo outras de suas resenhas, apesar de descordar em algumas tenho que dar o braço a torcer seus argumentos são fantásticos e denotam enorme conhecimento de linguagem... Tiro o chapéu para você moça! Eu entendo que a cada filme que vejo ou crítica que posto estou aprendendo um pouquinho mais, tenho plena ciência de que meu conhecimento é muito limitado, ao ler teus posts me deu ainda mais vontade de me aprimorar ainda mais... Obrigado pelas visitas ao Sublime Irrealidade é pelos ótimos debates... Lhe tenho como um referencial! Abração!

As Tertulías disse...

Dani querida, cada vez mais me concientizo que tenho que fazer um melhor "time management" na minha vida... quantas coisas perdi... tenho muito o que resgatar deste 2011... pelmo meos aqui tenho a "lista" dos meus "to dos"... Obrigado, querida amiga!!!!!!

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Bruno,

olha, "O Cisne Negro" deu muito o que falar no começo do ano, mais que "A árvore da vida", que foi defendido pela crítica mas rejeitado por parte mais considerável do público. Aliás, os debates em torno do primeiro refletiram de alguma forma aqui no Blog, pois apareceram opiniões diversas de todos os lados, e a conversa se estendeu por meses, como você pode ver pelos comentários. Quando à minha opinião, você viu lá que não gostei nada dele, né? Ambos, aliás, geraram em mim sentimentos análogos de incredulidade, repúdio e vontade de fugir do cinema...
Mas gosto tem muito de subjetivo, e eu gostaria de ler o que você tem a dizer sobre esses filmes. Aí continuamos o debate, que também achei muito legal!

Agora, "Além da vida" me pegou. Eu não tinha qualquer expectativa ao ir ao cinema, e fui presa pela história. Mas gosto da linguagem do Eastwood, então...

Agora, o que você disse sobre meus posts me botou vermelha aqui... Fico muito grata mesmo, e quero devolver os elogios com toda a sinceridade. Fico abismada com a agilidade com que você escreve, e sempre coisas interessantes sobre os objetos que analisa (mesmo que eu não concorde com algumas opiniões). Acho que você tem razão quanto a irmos nos aprimorando à medida que escrevemos.

E Ricardo, querido, espero que minha listinha te renda bons momentos em frente à TV!

Bjs e até mais
Dani

Unknown disse...

Que alivio Danielle ler este texto! Acabei de ver o meia noite em Paris e fecho com vc: woody allen fez do protagonista uma cópia piorada sua porém mais bonitinho! Achei o filme fraco apesar de toda tentativa de glamurizar intelectualmente o filme! Nem mesmo a presença da Carla bruni, que eu estavaansioso para ver, dar destaque ao filme. Em suma: woody allen não é mais o mesmo!

Adorei o o texto

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Dri, pra você também eu desejo um maravilhoso 2012!

Garoto enxaqueca, o filme me desapontou tanto porque eu tinha acabado de ver "Manhattan", que é praticamente transposto para contexto parisiense, só que sem 1/10 do brilho. Da minha parte, espero daqui em diante um Allen cada vez mais banal - parece que há outros projetos turísticos em produção... veremos...
Ah, e sobre Carla Bruni, em minha opinião ela não cheira e não fede no filme (como dizemos aqui no interior). Acho que ela fez parte do pacote turístico... Aff...

Obrigada pela visita, gente!
Dani

Anônimo disse...

Oi Dani!

Confesso, com tranquilidade, que vi pouquíssimos dos filmes comentados por você. Ao longo do ano eu me dediquei mais a explorar mostras e retrospectivas. Quanto ao Woody Allen: comecei 2011 no agora finado Belas Artes, vendo "You will meet a tall dark stranger", que eu apreciei (Allen é sempre um roteirista muito competente), sim, mas não a ponto de me dar disposição para outro exemplar alleniano logo em seguida. Quanto a "A pele que habito": sempre incrível a sensualidade dos filmes de Almodóvar. Elena Anaya fazendo yoga vestida com a "pele" de Jean Paul Gautier é mesmo coisa para não esquecer. O médico tem obsessão, desde sempre, por controlar o desejo de seu objeto amoroso, e é a fantasia de que é capaz disso que o trai. No desfecho, Vera/Vicente se faz o objeto ideal de seu próprio objeto amoroso. Vocês repararam, no finzinho dos créditos, no agradecimento que Almodóvar faz a Louise Bourgeois? Ele diz que é a arte de Louise que salva a personagem Vera.

Beijinhos
Ana Cecília

Fernanda disse...

Oi, Dani!
Vamos ver se agora consigo postar o meu breve e simpático comentário.
Que resenha, maravilhosa! Vi, pouquíssimos filmes comentando, portanto não será um comentário tão elaborado....
Quando vi “Meia-noite em Paris”, mesmo tendo pouco conhecimento cinematográfico, percebi que o contexto, era um pouco fraco, porém passava um certo Glamour que não era tão louvável e admirável como previa.
Quando fui ver este filme, deduzi que woody allen poderia ter feito um roteiro melhor.
É Bunitinho o filme, mas, nunca será um clássico.

Bjs
Re

marcelo leme disse...

Assisti melancolia, inverno da alma, o discurso do rei, um conto chines, faltou mais tempo e dinheiro pra assistir a quantidade de filmes que realmente gostaria. espero que em 2012 esta situaçao mude.Estes filmes comentados foram muito bem feitos e realizados

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Ana, você não precisa se sentir culpada mesmo; nas mostras, teve menos chance de errar na escolha!

Então, esse filme do Allen que você citou não me convenceu muito. Nem ele nem o "Tudo pode dar certo", outro recente. Em suma, Allen não me convence mais; seus filmes antigos são tão superiores que dá vontade de revê-los ao invés de se aventurar em qualquer coisa nova feita por ele.

Agora, "A pele que habito" é espantoso. Também acho a imagem da atriz fazendo ioga marcante. Além do mais, há toda uma simbologia em torno daquela roupa impenetrável que ela usa, e dos vestidos que ela precisa sobrepor ao traje e que rasga; misto de desejo de Vicente/Vera de destruir a nova identidade imposta e de controle de seu corpo que lhe obriga o médico. É um filme bastante perturbador, que merece a revisita.

Não reparei nesse agradecimento nos créditos finais. Quem é a pessoa homenageada?

Bjs e inté.
Dani

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Renata, obrigada pelas palavras! Entendo que você gostou de "Meia-noite em Paris" mas mesmo assim notou seus pontos fracos - acho que esses dois movimentos convivem muito bem entre si. Você disse bem, a glamurização de Paris feita pelo autor não se resolve bem no âmbito da história, que é vazia. Ela é como um bolo cheio de chantilly e sem recheio...

Marcelo, mas não reclama que, mesmo indo pouco ao cinema, você viu a Soledad Villamil em carne e osso. Tá pra lá de bom já, né?

Bjs, gente!
Dani

disse...

2011 foi um excelente ano para o cinema. Também espero muitíssimo ansiosa para "O artista" chegar por aqui.
Beijos!

Anônimo disse...

Então, Dani, no processo de transformação de Vicente em Vera, ele/ela, além de descobrir a yoga, começa a folhear um livro sobre a artista plástica Louise Bourgeois (se não me engano americana, que morreu aos 90 e tantos faz pouco tempo) e copiar aquelas imagens de manequins recobertos de peles, ou seja, retalhos de tecidos, o que aliás é correlato ao que ele já fazia na loja da mãe, de modo que ele/ela consegue manter um elo com o Vicente "roubado". E Louise Bourgeois era uma artista muito voltada para o corpo e a sexualidade. Interessante que Almodóvar explicite esse diálogo na forma de um agradecimento a ela.

Beijinhos
Ana

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

, ansiosíssima por "O Artista" também! Meu coração quase que saiu pela boca quando vi o trailer dele...

Ana, que sacada incrível! Eu não me lembro da dedicatória do Almodóvar e tampouco de Vicente retalhando as roupas no ateliê da mãe. Preciso rever o filme. Essa é uma chave de leitura bem eficiente dele!

Bjs
Dani

ANTONIO NAHUD disse...

Uma bonita revisão do ano cinematográfico, Dani. De férias, revi O PALHAÇO e novamente muito me comoveu. O Selton se supera e seu tributo ao universo circense tem densidade. Também estou ansioso para ver O ARTISTA, DEUS DA CARNIFICINA e, também, A INVENÇÃO DE HUGO CLARET.

Cumprimentos cinéfilos e Feliz 2012!

O Falcão Maltês

Anônimo disse...

I suggest you to put facebook likes button.

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Oi, Antonio.

Obrigada!
Também gostei muito de "O Palhaço". Ansiosa por todos esses filmes, especialmente "O Artista". Tudo bem que ele não foi comprado pelo Brasil ainda, mas estou contando que quando ele ganhar o Oscar de Melhor Filme (!) o compram.

Bjs e cumprimentos cinéfilos pra você também!
Dani

Faroeste disse...

Sou fã de Eastwood. Nunca perco nada que faz, quer na frente ou atrás das câmaras. Mas não vi Além da Vida ainda, guiado por uma opinião negativa de minha filha. Mas vou ver tão logo apareça outra chance.
Quanto a Damon está sim, cada vez melhor. Um ator que já era de primeira, agora é ponta de linha. Melancolia está na minha lista de fitas a ver.
jurandir_lima@bol.com.br

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Oi, Jurandir!

Pois é, as pessoas parece que não gostaram muito de "Além da vida", mas eu o adorei e recomendo-o muito. Depois, se você não gostar, há sempre a possibilidade de se parar a projeção na metade :D
Quando a Damon, acompanho sua carreira desde o começo, sempre na torcida para que ele ganhe bons papéis, pois o acho um dos atores americanos mais interessantes da atualidade.

Bjos

Edison Eduarddo disse...

Bom, Dani... Sabe que eu ADOREI "O Conto Chinês", pra mim, o melhor da lista, mas tb não vi muitos... "O Garoto da Bicicleta" achei médio e estou aguardando "O Artista", vc fez uma propaganda muito boa dele, deu vontade de assistir, e o filme da Margareth Tatcher tb!!!! Bjo... "Marrocos", ai que dó!

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Também tô curiosa pra ver Meryl incorporando a Margareth Tatcher, Edison. E o Marrocos eu vejo em sua homenagem e depois te conto o que achei, ok?

Bjs